Leitura sem censura: A Aids e o preconceito

Jornal O Norte
Publicado em 02/12/2008 às 09:46.Atualizado em 15/11/2021 às 07:51.

Adilson Cardoso


adilson.airon@mail.com



Em 1° de dezembro de 1987, com o apoio da ONU, foi criado pela Assembléia mundial de saúde o dia internacional de luta contra a aids, data em que se objetiva uma atenção maior às pessoas infectadas, pregando  mais tolerância e um espírito livre das críticas que implicam maior sofrimento nessas pessoas. No Brasil, a data foi adotada a partir de 1988, quando a população começa a ter ciência de que a aids existe além do mundo dos artistas, apesar de ainda se manter a errônea idéia de que há um grupo de risco susceptível à contaminação.



O preconceito segundo diversos estudos realizados  pode ser apontado como um dos fatores de maior entrave nesta luta, medos e mitos presentes pela falta  de conhecimento. Chegam a condenar portadores ao  total isolamento mesmo no  convívio  familiar. De acordo a OMS - Organização Mundial de Saúde, o Brasil já encontrou uma forma de tratamento que é referência em todo mundo. Porém o que precisamos é encontrar formas de romper com o preconceito e sermos mais solidários com os portadores do HIV, do que geralmente somos por natureza em outras inúmeras situações.



Frisa o programa nacional DST e aids do ministério da Saúde. Conforme dados da ONU, 33 milhões de pessoas vivem com aids em todo o planeta, sendo que na África é uma das principais causas de morte entre a população adulta. A falta de condições de sobrevivência incluindo a alimentação básica favorece esses números alarmantes e nos dá o norte de como entender a patologia no meio que possui um certo poder aquisitivo e outro que nada tem.



Em recente matéria sobre a situação do Grappa de Montes Claros a coordenadora Tati Viana foi enfática em dizer que o portador do vírus vai cada dia mais carente e mais doente, e culpa explicitamente o estado e o  município pelo descaso em que se encontram os pacientes do Norte de Minas. Pessoas de baixa renda alocadas em lugares sem as condições de tratamento estão entregues a própria sorte, e quando precisam vir até aqui para tratamento tem que esperar a boa vontade do poder público. Acrescenta que a região não tem nenhum tipo de controle para saber o percentual de mulheres grávidas infectadas,  só se descobre quando não tem mais jeito de evitar a contaminação do feto.



Entrar de peito aberto nesta campanha mundial de combate e prevenção significa exercer nosso papel de cidadão, mostrando ao estado léxico que sua atuação nesta questão está falha. É levantar a bandeira de discussão com as máximas arcaicas da igreja que proíbe o uso de preservativo em nome do pecado carnal, mostrar que enquanto sua campanha unilateral é propagada e acatada pelos tementes fiéis, novos diagnósticos vão dando resultados positivos para a síndrome da imunodeficiência adquirida. É saber que dar um abraço, apertar a mão, conversar pertinho não pega aids e ser homossexual não é sinônimo de futuro aidético.



Além  de ajudar da forma que puder para que o Grappa continue prestando seu papel social e vital a essas pessoas, ligue para (38) 3222.9433, Rua Dona Eva, n° 09. Compre camiseta, doe e faça sua parte. A vida agradece.

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