Adilson Cardoso


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Pela janela do ônibus verde que era amarelo, contemplo as belezas nem tanto da Rua Dr. Santos. Comércios em suas variáveis, incluindo camelôs e esmoleiros profissionais que usam os filhos sem que o conselho tutelar saiba, muita fumaça e barulho. Nas paredes da cobertura da Praça Coronel Ribeiro a poluição visual é deprimente, nomes de vândalos riscados a canetas, telefones para contatos sugerindo programas sexuais e até uma inocente casca de nariz  pregada na pilastra, desnutrida pelo tempo que ali está. Mas nada mais chama a atenção que um panfleto convidando a quem quiser pagar é lógico, que  ainda não possua 1° e 2° Graus, em apenas 60 dias.

Meu Deus! Fiz um breve retrospecto da nossa situação educacional, para começar a fazer o juízo que descrevo, o MEC aprovou está escrito no cartaz. Mas nós sabemos a quantas andam  nosso aprendizado pelas imensas terras Brasil, o número de analfabetos letrados é imensurável, pessoas que estão com diplomas dependurados na parede, mas são incapazes de redigir uma linha. Assim vai crescendo esta patologia  já que formação e saber tornaram-se  antagônicos, estes supletivos não podem oferecer base alguma para pretensões mais evolutivas na vida dos formandos, pois somos um país que não lemos. É absurdo o número de livros jogados no lixo, que o diga nosso amigo Toni do Chapéu, que garimpa raridades nestes meios, também temos uma televisão deseducativa que trabalha a vulnerabilidade do espectador, com jornais sensacionalistas e novelas preparadas para quem não tem paciência de pensar, ainda vem as revistas que falam da vida dos famosos vendendo milhões de exemplares seguidas de outras falando de horóscopos.

Acrescemos aí produções musicais fazendo apologias às diversas mazelas,  que se inicia em seus guetos e em pouco tempo já está partilhando das intimidades de grande parte dos lares. Tudo isto é falta de educação! O discernimento que não nos chega a ponto de entender o que é que estamos ingerindo sem questionar. Quem passou grande parte da vida apenas com a quarta série primária, e de repente precisa estudar para fazer provas, envolvendo matérias com alto grau de complexidade, não vai conseguir, já que geralmente estas pessoas também são produtos da exclusão da falta de distribuição do Ensino. Continuarão analfabetas, salve casos dos que continuam lendo na folga para o almoço com a boca na colher e olho no livro, ou daquele que até o minuto do Vaso esta sentado com o livro na mão. Acertar o passo é preciso, livrar o homem do obscuro mundo do analfabetismo é dever do Estado, mas lhe espremer os miolos para ser um diplomado sem deixar algo lá dentro para o raciocínio, acho bobagem!