Inhotim

Por Aline Monteiro

Jornal O Norte
Publicado em 30/08/2013 às 08:36.Atualizado em 15/11/2021 às 17:10.

Por Aline Monteiro

Inhotim sempre pareceu um sonho. Um cara que abre um museu de arte contemporânea em uma cidadezinha da periferia de BH, com obras grandiosas - fala se não parece coisa da sua imaginação...

Tem sei lá quantos anos que o museu foi aberto e eu nunca fui visitar. Sempre com vontade, sempre querendo e nunca podendo.

Daí que no dia 3 de agosto Leo e eu fomos tomar um café na Set Palavras antes do Leo ir pra uma oficina de fotografia de estúdio que ele estava fazendo. Pausa pra dica: os bolos da Set são ma-ra-vi-lho-sos. O de limão, então, é o melhor do universo. Com o capuccino Pasoline então, fica perfeito.

Voltando... fomos entrando na Set e o Valter foi logo dizendo que tinha acabado de me mandar uma mensagem, mas com o celular dentro da bolsa, não escutei. A mensagem era essa: “vamos pra Inhotim amanhã?”. Não tinha mais nada pra dizer a não ser “sim, claro, super quero”. E lá fomos nós no dia seguinte: Leo e eu, Valter, Zélio e Valéria.

Passamos o dia todo lá e não deu pra ver tudo. E como tem coisa pra ver! Uma das nossas decisões acertadas foi comprar o transporte por carrinho de golf. São vinte reais a mais no preço da entrada, você pode optar por isso ou não. Mas tem tanta coisa tão longe que sem o carrinho a gente não teria visto a metade do que vimos.

O que eu achei sensacional foram duas instalações (não lembro os nomes) sonoras. A primeira, na galeria pertinho da entrada do museu, é tão emocionante, mas tão emocionante que foi preciso me segurar pra não começar a chorar. Também foi muito bacana a instalação de Chris Burden com metais, as cinco Cosmococas, do Hélio Oiticica, a galeria do Miguel Rio Branco. As duas instalações do Cildo Meireles acabaram comigo. Sabe quando você fica tão afetado pela obra que perde o ar? Foi uma coisa  tão forte, mas tão forte que a visita acabou ficando vários dias na minha memória. A instalação de Marilá Dardot é muito bacana. São vários vasos de plantas em formato de letras em uma colina e todo mundo monta frases e nomes. Claro que fiz meu nome, mas deve ter ficado na câmera do Leo e eu não consegui pegar ainda.

Os jardins de Inhotim foram projetados por Burle Marx e são lindos! Fotografamos muito os lagos, as carpas, as plantas, as árvores. Os jardins podem ser fotografados, mas a maior parte das obras não. O que é uma pena...

Na galeria de Doug Aitken aconteceu algo muito engraçado. No início de cada obra tem a explicação tanto do objetivo do autor quanto do processo de construção. A obra é um “buraco” de 202 metros cheio de microfones para captar o som da terra. Daí que é preciso entrar lá e ficar calado escutando o barulho. Entramos junto com outras pessoas. Aí veio uma mulher pra perto da gente e perguntou, indignada, como é que tinham cavado tanto e não achado água. E o Leo, com todo aquele jeito legal dele, começou a falar sobre a existência dos lençóis freáticos. Foi impossível não rir...

Enfim, quero muito voltar lá, ver o que não vi, rever o Cildo Meireles e a Cosmococa, caminhar mais, desbravar o espaço enooooorme. Quem vier a BH ou Ouro Preto deve separar um dia pra visitar Inhotim. É de babar, de verdade.

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