* Manoel Hygino
Incentivador aprender com os sábios. O ex-presidente deste país, que espera uma nova oportunidade, mesmo informando que apoia a sucessora, ensinou – no exercício do alto cargo – que o Brasil não sofrera tsunami, mas somente marolas. Vale a sapiência nordestina. É o que se pode depreender de relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A entidade informa que a crise começou em 2008, deixou 62 milhões de vítimas, pois perderam seus postos de trabalho. Pela primeira vez, o número de desempregados atingiu a marca dos 202 milhões de pessoas, isto é, o equivalente à população inteira do Brasil.
Mais triste ainda: essa taxa de desemprego continuará em ascensão até 2018, quando somará 215 milhões de pessoas. De 2008 para cá, 32 milhões buscam trabalho, sem sucesso; outras 30 milhões abandonaram o mercado e desistiram de procurar empregos.
Como será a curto, médio e longo prazos no Brasil? Eis um dos núcleos das preocupações dos economistas, querendo adivinhar em que dará o esforço das autoridades. A imprensa admite que o ritmo menor de criação de vagas e a renda, pressionada ainda pela inflação, deve trazer a volta do crescimento do desemprego deste ano.
As empresas, em verdade, não demitirão mais, mas haverá um número maior de pessoas procurando onde trabalhar para completar o orçamento da família. De modo geral, o trabalhador brasileiro ganha insuficientemente, tem de incluir em sua receita a ajuda de pessoas da família e os tradicionais bicos, para dar conta do recado. A ideia de que ganhamos muito é uma falácia.
A taxa de desemprego subiu no segundo trimestre de 2013; pouco, mas subiu. Todos estão antenados no Brasil. O Banco Mundial prevê que o país terá uma das menores taxas de crescimento, este ano, entre os emergentes. O PIB terá expansão apenas maior que o Irã e o Egito, e menor que a economia global. Curioso. Mesmo assim, o Banco Mundial admite que nosso crescimento será de 2,4% este ano, enquanto o Banco Central espera crescimento de 1,99%, como está no Relatório Focus, do próprio BC.
O Conference Board, pelo terceiro ano consecutivo, anuncia queda em nossos indicadores. O estudo conta que o recuo ocorreu na produtividade total dos fatores, conceito usado para mensurar o quanto a economia produz, considerando a mesma quantidade de capital e horas trabalhadas. “O resultado revela ineficiências no uso dos recursos, incluindo infraestrutura inadequada, alta carga tributária trabalhista e investimentos insuficientes em tecnologia”. Como todos sabemos.
