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Sexta-Feira,7 de Fevereiro

Funorte Esporte Clube

Jornal O Norte
Publicado em 18/05/2010 às 09:38.Atualizado em 15/11/2021 às 06:29.

Marcelo Valmor


Professor e torcedor



Fruto do mesmo esquecimento que esta região experimentou e experimenta dos governos estadual e federal, o Funorte Futebol Clube, clube criado por iniciativa do deputado Ruy Muniz, acaba de colocar a cidade e região na rota do futebol das Minas Gerais. Depois do empate com o time do Tombense no último domingo, e que garantiu o acesso à primeira divisão, fica mais do que clara toda a estrutura montada para formar uma das melhores equipes do interior mineiro.



E nunca é demais falar em melhores, haja vista que no ano que vem faremos parte do grupo dos doze times que lutarão pelo título mineiro. Lutarão? Isso mesmo! Afinal, o jovem time do Ipatinga assim o fez também, e já ostenta um campeonato mineiro e a participação em várias séries do campeonato brasileiro.



Três anos de criação, três anos de indiferença do poder público. Mas ao mesmo tempo três anos de trabalho de todo o grupo sob a batuta do competente Cristiano Júnior. Três anos, também, de sonhos. E o que são os sonhos senão expressão dos desejos? Desejo que agora se materializa na ascensão do Funorte ao topo do futebol mineiro. Desejo de fazer desta região uma voz ouvida também no campo esportivo.



Dirão alguns que o vôlei fez a cidade conhecida até no “estrangeiro”. E este cronista que vos fala há de concordar. Mas, ao contrário do vôlei, que tantas alegrias nos trouxe, o Funorte em nenhum momento foi convidado para participar de torneio nenhum; também não recebeu maciços investimentos públicos; também não recebeu uma casa para acomodar os apaixonados montes-clarenses que vibram com esse esporte. Pelo contrário. Construiu uma estrutura no Campus Amazonas para receber crianças, adolescentes e adultos; contratou fisioterapeutas, técnicos; ofereceu moradia e alimento para jovens que, assim como toda a direção da Soebras, sonhavam um sonho. Da unidade surgiu o time, e da vontade vieram as conquistas.



Não combina com a alma sertaneja o improviso, posto que por indiferença com a região, fundamos um sentimento de liberdade que nos legou fundamentos como a perseverança; fundamos, também, uma enorme vontade de nos fazermos reconhecer.



Todos os investimentos feitos por esta cidade e região foram construídos a partir da vontade dos seus habitantes. Vejam o caso da Unimontes. Praticamente todos eles são feitos por doações (caso do Hospital Universitário através da família Faria) ou emendas parlamentares ou, ainda, pela Fadenor - Fundação de apoio ao desenvolvimento do Norte de Minas. Somos uma especificidade cultural, catrumanos mesmo.



A própria trajetória de Ruy Muniz é um indicativo de que, para usar uma expressão do Barack Obama, “podemos mais”. E, para além dessa conquista do time do Formigão, esperamos e cobraremos, sempre, uma casa digna não somente para recebermos equipes do porte de um Atlético Mineiro ou um Cruzeiro, mas para que o time local possa ser reconhecido como alguém de muita grandeza.  É preciso um estádio de futebol para já!



A volta da cidade de Montes Claros à elite do futebol mineiro impõe essa condição. E talvez aí esteja nossa vocação e nosso destino de sermos grandes. De sonhar com uma cidade mais próspera, de uma região mais desenvolvida, e o time do Funorte aponta para o caminho, já que foi construído a partir da meritocracia, do esforço comum, do desejo vivido, da possibilidade que se agarra com as mãos.



É preciso pensar grande!

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