Osny Mubarack, no Egito, Muamar Kadaffi, na Líbia e Mahmoud Ahmadinejad, no Irã. Luiz Tadeu Leite, no Brasil grande, bobo, esburacado e abandonado de Montes Claros. Sinal dos tempos em cujo vórtice espraiam-se consciências e necessidades de teorias e práticas democráticas. O povo no governo. O povo senhor de todas as normas, como agente e paciente, mens legiferante e corpore objetivo.
Já não era sem tempo. O Século XXI precisa consolidar as mentalidades e o respeito inarredável dos direitos e liberdades humanos. A evolução propugnada, esperada e não confirmada é uma marca das limitações do ser humano, sobretudo no que concerne às práticas civilizadas e civilizantes. Daí as rebeliões, os inconformismos, os protestos pacíficos ou de animus necandi, infiltrado de gente cuja mentalidade não progride além da barbárie.
O mundo se revolve. Em todos os pontos cardeais do planeta à deriva, homens e mulheres se entregam ao morticínio das drogas, da violência e da desesperança. A nor-noroeste e a sul-sudeste daqueles pontos cardeais fatídicos, humanos unidos buscam salvar-se da senda inelutável e constroem presente e futuro. Sinal de que há salvação para todos nós, enquanto agentes e não parasitas da história.
O Brasil é um país de loucos. Tantos desequilibrados mentais e emocionais vagam pelas ruas e geografias, quantos os há gestos emocionais de salvação e dilemas ideológicos. Complexidade somente compreendida pelos que, verdadeiramente, se salvam da turba ao praticar inteligências pacificadoras.
Montes Claros vive período negro. As consciências políticas se rebelam ante o inexorável e, à guisa de imitar movimentos inconformistas deflagrados no mundo árabe, quer afastar do Paço Municipal um ditador eternizado nas mentes mais tacanhas e nas práticas da administração da res pública sem resultados de benefício coletivo.
A juventude foi às ruas. O mundo virtual fez bonito na propagação desses anseios tão autênticos quanto os são os libertários e os revolucionários de índole pacífica e construtiva. Homens e mulheres, empunhando faixas e cartazes, enrouqueceram as vozes aos gritos de FORA TADEU! Ou Fora Osny Mubarack! Fora Mahmoud Ahmadinejad! Fora Muamar Kadaffi! Fora todos quantos desrespeitam direitos constitucionais da coletividade. Mesmo nível de apego ao poder, mesma reação da plebe ignara, mas consciente de que o que já está ruim pode ficar pior.
Montes Claros, cópia do mundo árabe, é exemplo para o Brasil. Pois ditadores os há do Oiapoque ao Chuí. Administradores desonestos e incompetentes infernizam a pobre vida de tantos brasileiros que somente exigem respeito, paz e progresso. Nada de mais se nos lembrarmos (de vez em quando) que os salários nós os pagamos, os votos e os direitos eleitorais são nossos, as esperanças nos são um mínimo a acalentar esta “vida besta de meu Deus”, em um mundo o qual pretendemos, no mínimo, justo, respeitoso e propiciador de novas e inarredáveis esperanças.
Edson Andrade
Escritor, Advogado, jornalista, radialista.