Fim de ano

Jornal O Norte
Publicado em 05/12/2011 às 20:42.Atualizado em 15/11/2021 às 06:12.

* Juarez Alvarenga 



O ano chega no seu final e as pessoas também.É hora da contabilidade vivencial.



O início dos projetos iniciado com o início do ano se corporificou ou evaporaram.Cabe a nós, como protagonistas principais, analisar se foi um ano digno de nossa permanência com saúde ou se foi raquítico devido nossa inércia no seu decorrer.         O tempo é fragmentos que constroem nossa maturidade.É capaz de nos moldar, penetrando em nosso figurino com exatidão.Jogar no espaço nossos projetos com inteligência é ter certeza que o tempo nos irá premiar com suas realizações.         Antes que a magia do final de ano nos contamina é necessários saber se avançamos ou retrocedemos com nossos objetivos.         Sabemos que todo início é defeituoso e frágil.Por isto sua camuflagem como embrião retido por uma camada resistente.Somente nossa força intima, juntamente com ousadia, será capaz de abortar.E depois de abortado teremos a oportunidade, com o nascer do sol, ver nossa obra aproximar cada vez mais da realidade.         A timidez do início de nossos projetos como também com o sacrifício que o meio dos projetos exigem só resultará em plena realização com avançar do tempo.      



O presente de fim de ano vem de acordo com nossa idade.Na infância ganhamos brinquedos; na adolescência, sonhos e finalmente, na maturidade independência para nos libertamos dos problemas que  a vida nos impõe.Isto não deve confundir com nossa visão existencial.A infância e adolescência são peças fundamentais para o fechamento com êxito fabricado na maturidade.Como duas colunas fortificadas, são capaz com sonhos e inocências erguerem nossos castelos psicológicos com sustentação sólidas.E nossa morada intima hospedar a felicidade, definitivamente. 



Fim de ano programamos viagem para compras de fim de ano nas cidades pólos que nos cercam. Aqui é Varginha. Perambulando pela principal Avenida de Varginha encontro um pedestre coqueirense. De roupa nova e com um semblante de quem está aliviado da rotina, vejo a transmutação.Do cotidiano marcado por uma vida tosca a abrandura transformadora proporcionada pela magia natalícia; o conterrâneo se sente contaminado pela a imensidão da alegria momentânea.A vida real se transforma em vida aparente.Da realidade cotidiana a magia do fim de ano.Seus sonhos retidos pelos fracassos fazem do forasteiro coqueirense o direito de ter alternância em sua vida.   



Sempre aprendi a ser intimo de mim mesmo. Buscar meus objetivos nas entranhas da subjetividade derivada de minha singular alma.Ser contaminado pela magia sem sofrer resistência para sua penetração.Distingo-me do meu conterrâneo, que sobre sua rústica vida enterrou até as magias momentâneas, dificultando qualquer suavidade existencial.   



Ao contrário do pedestre coqueirense, que não sentiu a vontade no mundo forasteiro, eu mim sinto forasteiro dentro de meu próprio mundo nativo.A suavidade da vida para mim é permanente, e seus grotescos problemas que são transitórios como a atmosfera das cidades estranhas.         Desejo não só um ano novo, mas também uma vida nova na sua nativa cidade, ou seja, dentro de sua própria realidade.Seja um morador feliz e quando a sensação da magia de fim de ano lhe procurar, sinta-se forasteiro e abra as portas, porque através delas sua permanência nativa será bem mais confortável  e tolerável.



*Advogado e escritor


juarezlalvarenga@ig.com.br


 

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