José Wilson Santos
zewilsonsantos@hotmail.com
Mais um ano que, graças a Deus, começa com a gente na área. Portanto, se derrubar é pênalti. Claro que, como todo mundo, também pedimos o possível e o impossível. Aliás, o impossível foi pedido antes mesmo da virada. Mas a Mega sena especial de ano novo passou longe.
O possível, por enquanto, já dura quatro dias. Fazem quatro dias que não coloco um cigarro entre os lábios. Tô limpo. A boca, as mãos e a roupa não fedem mais a fumo e penso que já sinto mais disposição para trepar nas escadas, que ultimamente vinham tirando sarro do meu fôlego e das minhas pernas.
Melancia, então, está deverasmente agradecida. Já economizou quatro Trident de menta, seu chiclete favorito para melhorar meu hálito até então empestiado de fumo.
Acho que o trem melhorou tanto que, agora, ela quer que eu adicione parar de beber às metas possíveis para 2010.
Tô com os dois pés atrás, é claro. Putzgrilo! Parar de fumar e de beber é meio caminho andado para parar de comer!
E de que que adianta, a essa altura da vida, ter passado a mão em Melancia tão supimpa, se não puder comer?
Acho que a melhor estratégia é propor a ela uma redução no volume e um aumento na qualidade. Por isso estou fazendo testes com destilados tipo vodka, gim e uisque. Os bichos, ao que parece, não deixam bafo. Pelo menos tão intenso quanto a marafa e a cerveja.
Sem contar que é de um chiqueiro danado sentar-se à mesa do Gênius, Melancia a tira-colo, e pedir um uisquinho, uma caipiuva. Se bem que o Eugênio bem poderia estimular minha mudança de gosto, adoçando mais os preços. Pagar mais de cinco contos por uma caipiuva não tem glamour nenhum.
Mas, voltemos à rifa da égua morta. Se Melancia bater o pé, vou radicalizar. Aí vale tudo: prometo trocar de carro, comprar mansão no Condomínio das Aroeiras, três meses de férias por ano (nas melhores praias da Bahia, com direito a hotel seis estrelas), três todo santo dia, sem nenhuma desistência, o escambau. Se bobear, prometo até casar.
Desde que o Degas aqui possa continuar refrescando esse calor infernal com um uisquinho regado a gelo de água de côco.
Ah, sim! Comecei este assunto falando de pedidos e propósitos para o Ano Novo — que é de lei pedir e prometer sempre que começa um novo ano.
Como bom meio mineirinho, pedi o de praxe a 2010: dinheiro, mulher e bicho de pé.
É isso mesmo, Índio Velho: de que adianta dinheiro e mulher se o bicho não tiver de pé?
No mais, um Ano Novo de saúde e paz a todos. Porque o resto a gente corre atrás. E corre melhor ainda se parar de fumar. O Degas aqui que o diga, depois de quatro dias limpinho da silva.
Falei e disse?