Feiras: sucesso requer habilidade

Por Kênio Pereira

Jornal O Norte
Publicado em 07/03/2014 às 08:59.Atualizado em 15/11/2021 às 16:46.

*Kênio Pereira

Muitos se enganam quando imaginam que gerir um negócio seja fácil. Ao abrir uma empresa, não basta ter uma boa ideia, é necessário ter um diferencial, dedicação, habilidade e domínio do ramo. É comum quando um negócio desponta este ser copiado por dezenas de pessoas inexperientes. Como exemplo, cito as bancas de jornais, farmácias e padarias, pois há alguns anos eram excelentes negócios, e assim surgiram dezenas que depois não sobreviveram, como vemos com as agências de automóveis usados.

Um grande sucesso que merece destaque são os espaços de moda e mercadorias em geral. Na década de 90 surgiu a “Feira Shop”, empreendimento que reúne diversos lojistas em pequenos estandes/boxes, voltados para a comercialização de vestuário e outras mercadorias. Seria impossível um pequeno lojista instalar seu negócio sozinho em pontos tão estratégicos.

Esse inteligente empreendimento passou a ser copiado. Essas feiras não se equiparam aos shopping centers, pois elas possuem características bem diferentes. Cobram valores bem inferiores aos de um shopping, fator este que limita a publicidade. Num shopping center há uma grande receita com o Fundo de Publicidade, que é pago pelo lojista, o qual viabiliza promoções e uma propaganda que quase nenhum negócio comporta.

Diante da economia desaquecida, vemos muitas feiras fechando as portas em Belo Horizonte, o que é natural, devido à elevada carga tributária, concorrência acirrada e altos custos. Em qualquer shopping há um período de maturação para que o empreendimento se estabilize e passe a dar lucro, o que gira em torno de 2 a 3 anos. Logicamente, pensar que uma feira gerará lucro para o lojista num curto prazo é falta de bom senso, não podendo o mesmo culpar o empreendedor quando não obtém o volume de vendas que esperava. Qualquer negócio tem seu risco e cabe ao lojista assumi-lo, da mesma forma que o empreendedor da feira. Não é racional o lojista culpar o proprietário da feira pelo seu insucesso. O brasileiro é viciado em culpar os outros, se fazer de vítima, pois cultua uma visão distorcida de paternalismo.

A “Feira Shop” é um negócio de sucesso, mas para chegar a esse ponto demorou muitos anos, tendo seu idealizador, Obregon de Carvalho Júnior, o mérito de diariamente adaptar-se aos novos desafios e assim manter o público e os lojistas satisfeitos. Cabe a cada um buscar o seu espaço com dedicação e visão empreendedora. O mercado é livre, mas a competência e a persistência consistem em qualidades que são encontradas em poucos empresários. 

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