Errei, mas estou perdoada

Por Cláudia Gabriel

Jornal O Norte
Publicado em 09/10/2013 às 08:48.Atualizado em 15/11/2021 às 17:12.

Por Cláudia Gabriel

Eu comi mais do que deveria. Gulosa que sou, comi primeiro com os olhos e depois vi que aquele doce era mais bonito que saboroso. Por preguiça e por acomodação, deixei de fazer coisas que me dariam mais prazer. Adiei encontros com os amigos e com a família, aulas de dança, noites de yoga... Eu falei quando deveria ter ficado calada e me calei quando alguém esperava uma palavra minha. Uma só que fosse pra tapar o buraco do silêncio.

Eu tive medo de viver algumas histórias e errei ao escolher outras que não me acrescentaram nada. Nem experiência. Pessoas que estavam tão distantes de mim quanto alguém que tenta se comunicar numa língua totalmente diferente. Mas eu achei muitas justificativas até descobrir que era pura falta de atitude mesmo. Só entendi isso quando (re)encontrei um homem que vem me ensinando, outra vez, o significado do verbo querer.

Passei noites em claro, ocupando minha cabeça com pensamentos inúteis, ou me preocupando com situações que simplesmente eu não teria como resolver. Eu me importei demais com a opinião de gente que não paga minhas contas, não sabe das minhas dores nem das minhas alegrias. E me magoei com bobagens, o que só serviu pra sobrecarregar meus ombros.

Viajei muito, mas ainda foi pouco. O mundo corre e eu tenho pernas fortes e fôlego de sobra pra explorar lugares desconhecidos. Deixei que o ritmo da cidade grande entrasse no meu corpo e passasse a acelerar também meu coração. Stress mais sem sentido. Até quando meu horário estava tranquilo, eu tinha pressa.

Talvez eu tenha dado alguma resposta grosseira a uma pessoa querida. Posso ter ofendido sem querer ou não ter percebido um pedido discreto de ajuda de alguém próximo. Posso não ter pedido perdão pelos meus deslizes. Fui arrogante, achando que teria solução pra tudo. Fui insensível.

Errei e acertei porque a vida é assim. E, no fim deste ano, pela primeira vez, não fiz qualquer promessa de ser diferente. Já não funcionou tantas vezes... Vou pra 2012 apenas com um desejo: o de saber reconhecer o que realmente faz sentido, o que deixa a alma leve e contente. É difícil? Muito! Vou me confundir? Sim! Mas o ano está nascendo e eu tenho todas as chances de fazer bem-feito ou de falhar. De um jeito ou de outro, lá vamos nós, de novo, buscando a felicidade.

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