*Eduardo Costa
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicam que 48% das micro e pequenas empresas no Brasil acabam antes de completar o terceiro ano. Imaginemos o tanto de gente que perde dinheiro – cujos sonhos se perderam no ar e deixam de criar empregos, gerar impostos e progresso – só porque planejou mal o negócio. Conversei com o amigo Carlos Eduardo Costa, que considero o economista moderno, de linguagem acessível às pessoas, e ele me deu um guia prático que começa com a busca de informações sobre a atividade em que o interessado irá atuar; prováveis fornecedores, concorrentes existentes, hábitos e necessidades dos futuros clientes, produtos e serviços que serão oferecidos e processos e rotinas para operar o negócio.
A inviabilidade do empreendimento pode começar quando da escolha do ramo de atividade. Por exemplo: você já viu a quantidade de estabelecimentos voltados para a alimentação estão sendo abertos na área mais central? É lanchonete pra todos os lados e restaurantes com as mais rápidas alternativas de almoço. Tudo bem que o trânsito mais e mais exige que as pessoas fiquem por perto do trabalho, mas, quando se vê a rua Itajubá, no cruzamento com a avenida do Contorno, na Floresta, tem-se a impressão de que vai faltar cliente. Afinal, além das lojas que já existiam, só nas últimas semanas abriram mais duas lanchonetes, uma padaria e três restaurantes – um deles enorme, com capacidade para atender mais de cem pessoas simultaneamente.
Carlos Eduardo adverte que, bem definido o caminho, é preciso dimensionar corretamente o volume de recursos necessário para manter a empresa em funcionamento nos primeiros tempos. Às vezes, a pessoa gasta todas as economias para reforma do ponto, compra de máquinas e equipamentos e tem que recorrer a empréstimos, o que pode representar dificuldade financeira grave, caso o empresário não saiba qual a real capacidade de pagamento da empresa.
Então, torna-se necessário adotar algumas ferramentas de controle financeiro, que irão ajudar o cidadão no levantamento de informações e, consequentemente, aumentarão o grau de assertividade na tomada de decisões. Fundamental é relacionar perspectivas de receitas e despesas, sem se esquecer de nada – é muito comum, por exemplo, considerar somente os salários dos trabalhadores, mas esse não é o único custo mensal relacionado à mão de obra. Existem os encargos sociais como FGTS, 13° salário, férias e aviso prévio.
Depois, é preciso fazer o fluxo de caixa, conhecer a capacidade da empresa de gerar os recursos suficientes para honrar compromissos. Além disso, o empresário saberá com antecedência qual a tendência, podendo estudar a melhor estratégia para evitar a falta ou acúmulo de recursos. Enfim, juízo, planejamento, assessoria e boa sorte nos empreendimentos, pois mais e mais brasileiros sonham em abrir o próprio negócio. E sonhar é tudo de bom...
