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Sexta-Feira,18 de Outubro

Editorial: Que homem é esse?

Jornal O Norte
18/07/2006 às 10:16.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:39

O prefeito Athos Avelino - PPS mais uma vez não perdeu tempo para tirar proveito político de atos alheios. Depois de bajular Lula, quando o presidente visitou Montes Claros, em dezembro do ano passado, ainda que seu partido tenha rompido com o governo federal - que denominou de corrupto, repetiu sua exímia desenvoltura no quesito oportunismo político. Desta vez, durante a visita que o governador Aécio Neves, candidato à reeleição, e o candidato à sucessão presidencial, Geraldo Alckmin - PSDB fizeram à cidade nesta segunda-feira.

Argucioso, tratou o prefeito de desdobrar pela cidade, sem o menor rubor, faixas em seu nome e de siglas partidárias que lideraria - e adversárias dos visitadores, saudando os candidatos tucanos nas eleições de outubro como se fosse um aliado de primeira hora, e não o contendor que travou com os mimados de hoje assanhados embates nas urnas de ontem - quando não faltaram até mesmo agravos pessoais.

Não fossem as palavras saturadas de adulação, tipo nosso governador - a atitude do chefe municipal poderia ser entendida como as boas-vindas de um anfitrião muito bem educado. Não foi essa a impressão que as faixas deixaram. Definitivamente, não. Que o digam Nilmário Miranda e Lula.

Militantes, os mais fiéis do PT e do próprio PPS certamente estremeceram diante do que leram. Com certeza repudiaram cada palavra ali inserida, em seus nomes, e a sua revelia, e interpretaram a mensagem dengosa como um ato que extrapola a bajulação oportunista, deixando longe as raias do puxa-saquismo. Em melhores palavras, se sentiram traídos pelo homem que escoraram nos palanques de 2004.

A perfídia oportunista do prefeito, que não colou, no fragor de uma disputa eleitoral que no mínimo envergonhou suas próprias fileiras estaria também sendo imposta ao povo, sobretudo aos eleitores que lhe deram votos e credibilidade - e que assistem agora, com o recato que talvez lhe falte, ao desmoronar dos princípios partidários, éticos, morais e por aí vai, apregoados no tablado da contenda.

Que homem seria esse, ao qual se dedicou total confiança?

O lobo, que travestido de cordeiro mostra suas garras aos próprios amigos na iminência da vitória adversária?

Quem se habilita a um parceiro desta natureza?

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