Editorial: Pedofilia e a Internet

Jornal O Norte
Publicado em 15/12/2010 às 17:24.Atualizado em 15/11/2021 às 06:47.

O mundo da pedofilia está crescendo e o uso da Internet tem facilitado muito esse aumento. Prova disso são os números da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, que revelam que cerca de mil novos sites de pedofilia são criados todos os meses no Brasil. Destes, 52% tratam de crimes contra crianças de 9 a 13 anos, e 12% dos sites de pedofilia expõem crimes contra bebês de zero a três meses de idade, com fotografias.



O aumento é tão vertiginoso que diversos países estão se mobilizando para colaborar com a Comissão e com as autoridades brasileiras para combater os crimes cibernéticos (pedofilia, racismo, terrorismo, tráfico de armas, nazismo, tráfico de drogas, tráfico de mulheres, incitação ao crime contra negros, índios e homossexuais, entre outros).



O levantamento sobre a pedofilia feito pela Comissão revela que 76% dos pedófilos do mundo estão no Brasil e os crimes cibernéticos, mais do que a qualquer outra sociedade, atinge os brasileiros.



De acordo com a pesquisa, os pedófilos usam a Internet para conseguir se aproximar das crianças a qualquer custo. Trocam informações sobre, por exemplo, empregos em colônias de férias de crianças, para descobrir maneiras de ficar mais próximos delas. Existem até apostilas online que procuram convencer crianças de que é bom praticar sexo com adultos.



Numa análise da comunidade de pedófilos online feita pelo jornal The New York Times, os membros desse grupo se vêem como a vanguarda de um movimento nascente que procura a legalização da pornografia infantil e a superação de leis de maioridade.



Apesar da constante vigilância da Polícia Federal, o combate à pedofilia é cada vez mais difícil, devido à distância entre o virtual e o real. As conversas que pedófilos têm entre si em salas de bate-papo na rede não são ilegais, por isso, é difícil conectá-las a ações reais.



Além disso, entre os pedófilos, há os que acreditam serem injustiçados quando comparados a criminosos que agem com violência, estuprando crianças. Outros afirmam estar espiritualmente conectados a menores. E há, ainda, os que associam atitudes e brincadeiras normais de crianças a convites de teor sexual, procurando tornar as vítimas responsáveis pelo problema.



Nesse cenário, o grande perigo é que os praticantes da pedofilia comecem a acreditar que são normais, porque muitas outras pessoas fazem o mesmo e os encorajam a continuar, até que eles perdem qualquer culpa pelo que fazem com crianças. É uma forma que encontram de justificar para si mesmos seus atos ilegais.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por