Editorial: Brasileirão revela tendências

Jornal O Norte
Publicado em 06/12/2010 às 16:34.Atualizado em 15/11/2021 às 06:46.

Depois de 38 rodadas e uma vitória apertada, sofrida, sobre o Guarani, a torcida tricolor soltou o grito de campeão do Brasileirão, engasgado há 26 anos e um ano depois de passar pela ameaça do rebaixamento.



O jogo no Rio de Janeiro, na tarde do último domingo, no estádio João Havelange, o Engenhão, foi chorado e o placar de 1 x 1 encerrou o jejum do Fluminense na principal competição nacional e maior campeonato de futebol do mundo, além de coroar o técnico Muricy Ramalho como o grande nome do torneio, que conquistou o quarto título da Série A em cinco anos.



Até os instantes finais era difícil dizer quem colocaria as mãos na taça, já que o Cruzeiro, que também sofreu para virar o jogo e vencer, dependia de uma vitória contra o Palmeiras e seria campeão se o Fluminense empatasse com o Guarani.



O Campeonato Brasileiro terminou com o campeão Fluminense com 71 pontos, contra 70 do vice, Cruzeiro e 68 pontos do Corinthians, terceiro colocado.



Mas durante as partidas, é fácil perceber que acontece uma disputa paralela, dos narradores, nas transmissões dos jogos pelas emissoras de rádio e TV, que expressam a paixão pelas equipes de seus respectivos estados, deixando claro sua torcida.



Essa disputa demonstra o grau de envolvimento da imprensa com as equipes de seus estados e, de certa forma, acaba contribuindo para fazer pressão frente aos adversários, principalmente quando os jogos acontecem em casa.



Nesse cenário, é notória a força dos times cariocas. Tem locutor que só falta entrar em campo e fazer o gol, ele mesmo.



Em Minas Gerais o grande representante da elite do futebol é o Cruzeiro, sempre nas primeiras colocações dos principais campeonatos, nacionais e continentais. No caso da final do Brasileirão 2010, cujo título de campeão é muito importante para os mineiros, enquanto grande parte da torcida mineira, independentemente do time do coração se unia para torcer pelo Cruzeiro, não faltou locutor, provavelmente atleticano ou americano, que deixou clara sua tendência tricolor. Não seria a hora de ser um pouco bairrista e torcer para a taça ficar no estado?



Em uma época de definição pelas sedes da Copa de 2014 é bom que as emissoras, ou seus locutores, revejam sua postura e possibilidade de contribuir para fortalecer a imagem do esporte no estado, afinal, todo mundo quer ficar perto de time que está ganhando.

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