Victor Oliveira, ou simplesmente Vitão, como é mais conhecido, por meio do time de vôlei trouxe uma nova modalidade esportiva para virar paixão do torcedor montes-clarense que já é naturalmente apaixonado por esporte.
O time do Montes Claros na sua primeira participação na Superliga 2009/2010 foi até onde ninguém imaginaria ser possível. Conquistou o vice-campeonato, a despeito de times como o Pinheiros, Minas e Cruzeiro, atrações “bate-cartão” dos torneios nacionais.
Antes disso, a equipe venceu um torneio internacional e foi campeã mineira, figurando sempre no topo das competições que disputou.
Este ano, até agora, o Montes Claros demonstrou sua força vencendo equipes fortíssimas, como o próprio Minas, o vice-líder Cruzeiro, o São Bernardo e o São Caetano, tropeçando só contra o Vôlei Futuro, jogando fora de casa.
É líder absoluto da Superliga.
Mas, segundo Vitão, para chegar até aí as coisas não tem sido fáceis. A maior dificuldade é mesmo manter toda essa estrutura necessária para um campeonato de um peso tão grande quanto é a liga nacional.
Pior. Victor está desanimado com o empresariado da cidade. Convenhamos que este é um problema antigo enfrentado não só pelo vôlei, mas principalmente pelos atletas do assim chamado esporte especializado e do próprio futebol.
- Desde que o projeto do vôlei começou, vivo batendo nas portas das empresas e, por algumas delas, não fui recebido sequer para apresentar o projeto - afirma o diretor.
Vitão ainda diz que nomes fortes que se estabeleceram em Montes Claros não tiveram o mínimo de interesse em conhecer a base e a estrutura completa do vôlei.
- Fechei todos os meus patrocinadores fora de Montes Claros. Aqui recebo apoio apenas das empresas de menor porte, que se empenham ao máximo em ajudar a manter a estrutura do clube, e eu dou o maior valor nisso - desabafa o diretor.
É realmente uma incógnita que o vôlei faça tanto sucesso e seu diretor esteja tão preocupado com os ventos futuros.
Por outro lado, é uma tristeza vermos tantas empresas fortes que vieram aterrissar em terras montes-clarinas, mas que não se envolvem nunca com uma das paixões mais doentias do povo daqui: o esporte.
No futebol, o maior entrave fica sendo mesmo o histórico perverso dos cartolas daqui. Foram tantos projetos que nasceram falidos que hoje o empresário está completamente arredio. Além da política extremamente provinciana praticada pelos homens fortes da região.
Ah! Tocamos numa ferida agora.
Será que o maior problema do projeto da Funadem não é o apoio financeiro recebido pela prefeitura?
Se for essa a verdadeira causa, estão confundindo apoio financeiro com apoio político.
E uma coisa nada tem haver com a outra.
É dever da administração municipal apoiar projetos sérios que culminem no envolvimento da sociedade em esporte e lazer.
Sem medo de me queimar, afirmo que o vôlei é um projeto sério, assim como afirmo que o futebol profissional é coisa séria por aqui. Faço isso quando vejo pessoas como Cristiano Júnior trabalhando com paixão para levar ao torcedor bons atletas na disputa dos campeonatos, mesmo a despeito da falta de recursos.
Sim, a preocupação de Vitão é latente.
Ou arregaçamos as mangas para, por meio do esporte, e encontrarmos uma forma de crescimento, ou veremos mais uma vez histórias mal sucedidas de projetos que nasceram grandes e foram morrendo asfixiados pelo jogo político que corrói e destrói os desejos do cidadão para ele próprio se manter vivo.