É urgente reeducar! (parte II)

Jornal O Norte
Publicado em 01/03/2007 às 10:06.Atualizado em 15/11/2021 às 07:59.

José de Paiva Netto *



Democracia espiritual: proposta da LBV — Ao lançar, em 21 de outubro de 1991, a Pedra Fundamental do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, na Quadra 915 Sul de Brasília/DF, Brasil, recomendei no Manifesto da Boa Vontade:



O Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica nasce sob o sinete da Democracia, mas não a meramente eleitoral, partidária. (...)



Pregamos a Democracia não somente na Política, mas em todas as áreas da vida humana, principalmente na Religião, que deve andar na vanguarda, por força de sua missão de paz na Terra; senão, para que serviria? É uma ação de humildade, que, para ser frutífera, precisa, antes de tudo, estar revestida pela couraça da coragem sadia, aquela que não aprova violência em nome de um Deus que é Amor e Salvação. Alziro Zarur (1914-1979), o saudoso Fundador da LBV, costumava dizer:



- O maior criminoso do mundo é aquele que prega o ódio em nome de Deus.



E mais: que governar é ensinar cada um a governar a si mesmo.



Ninguém definiria melhor o sentido mais profundo do Ensino para uma nação forte no Terceiro Milênio.



Espiritualidade e Educação — De acordo com o que escrevi na obra Epístola Constitucional do Terceiro Milênio, publicada em 7 de setembro de 1988, no capítulo Instruir é Iluminar a Consciência (p. 77), sem Educação e Instrução não há progresso. Todavia, educar e instruir não é apenas ensinar a ler, a mergulhar nos livros. Trata-se, acima de tudo, de iluminar a inteligência com o Novo Mandamento de Jesus — Amai-vos como Eu vos amei — para as funções harmônicas do cidadão na sociedade (...). Isso somente será conseguido quando as criaturas souberem ver além do intelecto, com os olhos do Espírito (...).



Cidadania Planetária — Daí ser nosso lema, há tanto proclamado, Educação e Cultura, Alimentação, Saúde e Trabalho com Espiritualidade Ecumênica, porquanto é o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo vulgar da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Misericórdia, da Moral, da Ética, da Honestidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência do indivíduo. O conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, conseqüentemente, o direciona à construção da Cidadania Planetária.



Mundo Espiritual, Ciência e microscópio — Há também — o que é essencial destacar — a Espiritualidade compreendida como a vivência do Ser nas Esferas Invisíveis, nas quais a Vida se estende perenemente. Enfim, o Mundo Espiritual! Não existe?! Por quê? Porque a Ciência contemporânea ainda não o reconhece?! Igualmente não admitiu o microcosmo, que era um universo invisível até a invenção do microscópio. Não faz muito tempo os alérgicos sofriam a suspeição de diversos clínicos, pois ninguém conhecia o ácaro... até o advento dos instrumentos óticos mais modernos para a investigação do hábitat desses organismos infinitamente pequenos.



Novo Mandamento de Jesus, Solidariedade Mundial e Voltaire — A respeito da necessidade constante do espírito solidário nos relacionamentos pessoais, entre as comunidades e entre as nações, cumpre lembrar o Novo Mandamento de um grande pedagogo, o Jesus dessectarizado, quando ensina: Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. (...) O meu Mandamento é este: que vos ameis uns aos outros como Eu vos tenho amado. Não há maior Amor do que este: dar a sua própria Vida pelos seus amigos. E vós sereis meus amigos se fizerdes o que Eu vos mando. E Eu vos mando isto: amai-vos como Eu vos amei. Já não mais vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes; pelo contrário, fui Eu que vos escolhi e vos designei para que vades e deis bons frutos, de modo que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vos conceda. E isto Eu vos mando: que vos ameis uns aos outros como Eu vos tenho amado. (...) Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor (Evangelho de Jesus, segundo João, 13:34 e 35; 15:12 a 17 e 9), e também esta afirmativa de Voltaire (1694-1778):



- Desde a Índia até a França, o Sol não vê mais do que uma família imensa, que deveria reger-se pelas leis do Amor. Mortais, somos todos irmãos.



O Mandamento Novo do Cristo e a reflexão do polêmico filósofo iluminista francês constituem dois fortes pilares de uma sociedade que queira viver distanciada do suicídio coletivo das guerras de todos os tipos, cada vez mais destruidoras.



* Jornalista, radialista e escritor, é presidente das Instituições da Boa Vontade

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