E agora, Tatu?

Jornal O Norte
Publicado em 23/09/2009 às 10:32.Atualizado em 15/11/2021 às 07:11.

Amélia Prates Barbosa Souto



Das minhas gostosas e boas lembranças, assim como de muita gente, especialmente de duas turmas de felizes e alegres crianças, adolescentes que cresceram juntas, os da rua de cima, e os da rua de baixo da cidade. Resquícios de denominação de tempos antigos, pois, éramos grandes amigos na disputa de melhores exercícios esportivos para proporcionar melhores classificações estaduais e até brasileiras. Competíamos aqui para representarmos o famoso MCTC em jornadas em várias cidades.



Éramos aplaudidos quando brilhávamos nas piscinas, nos campos de vôlei, basquete aqui e em outros lugares. As vezes brincavam nos chamando de os baianos em B.H., pelo sotaque diferenciado para eles. Para uns não tinha importância, para outros, se explicavam, reivindicando o mineirismo. Mas éramos por muitas vezes aclamados elogiados e premiados com troféus, medalhas. Tudo devido ao trabalho dedicado, amoroso, responsável pelos grandes técnicos que presidiam, dirigiram o comando do segmento esportivo estimulado pelo espaço tratado com carinho, organização.



Os funcionários especiais conhecedores das técnicas e dos compromissos com a sociedade, pois, pelos anos de 1940 um impulso grande envolveu a cidade para tornar o point mais importante para crianças jovens e até alguns adultos encherem o lugar. Alguns poucos jogadores de tênis, chamavam muita atenção. Muita amizade, alegria, respeito reconhecido pela confiança de administrações propostas a educar, a conviver em paz como numa grande família.



Claro que o flerte, o namoro existia em grande escala, coisas próprias da idade, de uma juventude sadia normal. Mas era de uma forma diferente, os corações batiam em compasso acelerado, mas para a grande maioria, os afagos não passavam de um forte abraço e beijos rápidos, para que não progredisse muito. Assim éramos nós as meninas muitas recomendadas.



Quando alguém excedia, comentava-se, condenava-se e até com algumas chegava-se a excluir. Era a ordem, naqueles tempos. Mas não foram poucos os casamentos realizados e felizes, nascidos nestes áureos tempos. O Famoso Montes Claros Tênis Clube, a memorável e saudosa Praça de Esportes, onde os inesquecíveis bons instrutores, educadores Seu Marinho, Seu Pimenta, Lívio Perez, precedidos por outros, tanto quanto dedicados, e aquele menino criado ao lado dos grandes mestres seguindo a regra que dita: bom mestre melhor discípulo, o não menos inesquecível saudoso e querido Zé Sabu, que antes de mestre, foi brilhante e valoroso atleta, passando por muitos e muitos anos os seus ensinamentos.



Sua devoção era tão grande, que já praticava o voluntarismo ensinando de graça as crianças, a adolescentes carentes. A querida educada e estimada dona Olegária que tão bem tratava todas nós no vestiário. Inesquecível o relacionamento ao mesmo tempo afetivo e disciplinar. A freqüência não se restringia aos moradores da cidade, era o point preferido especial para se levar visitantes, um cartão postal. Ali também se apreciava desfiles Cívicos de sete (7) de Setembro, desfiles de moda festas de grande projeção social com, eleições de representantes de vários segmentos.



Sem nos esquecermos dos belos rapazes da terra que estudavam fora e chegavam abafando, fazendo um sucesso com as moças. Muitas das quais se casaram com os que queridos namorados estudantes em B.H, Rio de Janeiro, São Paulo.



As manhãs domingueiras, estas sim, uma especialidade de lugar, a boate, talvez a única no país onde se realizava a missa dançante, isto é: depois da missa na Matriz celebrada pelo enérgico Pe. Dudu uma volta na pista dançante. Saíamos da missa apressadas para a boate, isto lá pelas dez da manhã, amigos, namorados se aprontavam para o momento. As moças com vestidos, saias godês aumentavam o entusiasmo na rodada da dança na pista. Dançava-se tudo, até o tango, onde muitas garotas se exibiam e despertavam alguns ciúmes pelo destaque, às vezes censurado.



Os rapazes por sua vez, bem vestidos, com belas camisas, cabelos bem glostorados. As piscinas normalmente limpas e cheias eram o encantamento dos apreciadores do exercício. Belos, fortes garbosos moços e moças desfilavam pelas bordas da piscina, pulando dos trampolins, fazendo maravilhas, sendo admirados, aplaudidos. Lembrando cenas de filmes americanos nos matinês dos domingos, por volta da tardinha onde por vezes alguns se encontravam. Amelinha pensava ser Éster Williams, quando exibia pulos no trampolim acompanhada pela música Negam Day colocada no autofalante de propósito.



As moças e rapazes do vôlei e basquete também faziam o furor, grandes jogadores que marcaram gloriosamente seu tempo como representantes do Montes Claros Tênis Clube, como: Zembla Melo, Marlene Almeida, Lucy Paraíba, Glória Bogatsk, e tantas outras que gloriosamente levaram o nome de Montes Claros no plano esportivo. E a turma inseparável Aurinha, Terezinha Mendes, Zuleica, Cleonice Souto, Marlene Veloso, Lurdinha, da rua de baixo. Esta era a turma da torcida da farra. Da rua de cima, Marlene, Nadir, Menininha, Vilma, Arlete, Maria José Santos, Dirce, Vânia, Rosarinha , Terezinha e Mary Vanderley e tantas outras. Na volta dos campeonatos eram os atletas homenageados como heróis do esporte da cidade. São registros de um bom e saudoso tempo que não poderiam ser esquecidos os belos bons companheiros como os irmãos Moacir, Alair, Miltinho, Diogines e Zé César, Leônidas e Gilberto Lafetá, Almeida, Henrique Chaves, Diu Colares. Tu Peixoto, Zim Bolão, Dedeto Barrigudo, Osmar Peres, Cabecinha, Aroldo Filpe, Maurílio,


Mario Bode, Edmundo, Darso Cabeludo, Benedito Maciel, Dão, Marquinho Vale, Valduque Vanderley, Rui Braga, Texeira, Guido Dias, Marquinho Brejeiro, Roberto Drumond, Guarinelo, Marcio Veloso, Tomás e muitos outros entre os quais Tatu que veio a ser professor competente de educação física que trabalhou comigo por longos anos, onde voltamos a nos encontrar.



Sei da sua capacidade. Espero como muitos uma gestão de muito trabalho reativando o esporte envolvendo especialmente crianças e adolescentes carentes, tão necessitados de assistência. Parabéns, viva o esporte, convoque, faça acontecer. São os meus votos da felicidade e realização fazendo do espaço, um PARAÍSO, como já foi em outros tempos para tantos em nossa cidade.

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