Discriminação e equívoco

Jornal O Norte
Publicado em 28/10/2008 às 10:05.Atualizado em 15/11/2021 às 07:48.


Quem nasce no Norte de Minas já é predestinado a não dar certo.”



É isto que o ator Jackson Antunes, natural de Janaúba/Porteirinha, diz em entrevista à revista Quem de 24/10/08.



E continua: “Sem muito horizonte, não terminei nem o primário. Em volta, só via pessoas não dando certo, amigos morrendo de bebida. Eu entrei nessa e, durante toda a minha juventude, fui viciado em cachaça.”



Mais adiante, ele afirma sobre sua ex-esposa: “Fomos casados por sete anos, mas pela sua cultura, uma mulher nascida e criada na beira da barranqueira do Rio São Francisco, ela jamais iria entender o marido beijando outra.”



Frases como estas, vindas de uma pessoa que está em evidência no momento, só disseminam discriminação e preconceito contra a nossa gente. Além de criar um sentimento de derrotismo em quem possa tomá-las como verdade.



Não existe povo predestinado ao fracasso, existem pessoas que, como o ator, diante das adversidades escolhem o caminho do álcool... E isso não é privilégio do norte mineiro. Fosse assim, não existiria alcoolismo nos países mais ricos do mundo.



Também existem pessoas que escolhem outros caminhos: melhorar a cultura e a educação, combater a fome e a miséria... como fizeram Darcy Ribeiro e Betinho, filhos desta terra. Ao invés de se lamentarem, arregaçaram as mangas e, com isso, além de ajudarem nossa região, colocaram seu nome na história do progresso deste país.



Sr Jackson: Quem nasce no Norte de Minas precisa saber lutar. E temos muita força, disposição e coragem para isso. Não defina o nosso povo pela sua história de vida!



Para enviar comentários sobre a entrevista para a revista Quem: quemcartas@edglobo.com.br.

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