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Sábado,20 de Dezembro

Dia de ressaca! Feliz é o Neymar?!

Leida Reis

Jornal O Norte
Publicado em 11/07/2014 às 01:18.Atualizado em 15/11/2021 às 16:53.

O país acordou mais triste? Talvez, mas também acordou mais real. Não tínhamos Seleção para disputar a final da Copa, embora, claro, o vexame histórico tenha sido além da conta. Desta vez eu não estava no Mineirão, mas na rua Padre Rolim, de plantão. Que sorte a minha! Troquei de lugar, na Redação, para ficar de frente para a TV, coloquei o mesmo cachecol verde e amarelo que usei na sofrida vitória do Brasil sobre o Chile e vibrei ao saber que o Bernard jogaria. Para tudo terminar como terminou e ficarmos, realmente, sem palavras.

A CBF mereceu, o Felipão mereceu. Insistiu no Fred, no Júlio Cesar e no Hulk, num centroavante que não fazia gol, num goleiro reserva de um time desconhecido do Canadá e num meia-atacante que errava cada passe. Não colocou o time para treinar.

O detalhe é que os torcedores brasileiros não mereciam essa humilhação absurda.

A maior derrota do Brasil numa Copa veio mostrar que todos ficaram muito preocupados com os gastos do Mundial e se esqueceram de preparar um time pra jogar. Para jogar nos novos estádios, no cenário bonito que tão bem está recebendo os turistas. Verdade seja dita, essa Seleção jogou pouco até chegar às quartas de final. Os europeus vinham dando o recado de que não estavam pra brincadeira. Se é lá, na Europa, que jogam nossos craques, é do outro lado do Atlântico que vem o perigo. Sim, eu esperava a derrota para a Alemanha, como temiam muitos torcedores brasileiros. Mas meu palpite de placar final passou longe dos 7 a 1.

Por mais que muitos não tenham desejado torcer pelo Brasil, por mais que muitos adotassem o discurso contra a Copa, aos poucos mais e mais brasileiros foram se juntando aos torcedores tradicionais. E sonharam. Sonharam com a alegria de uma taça levantada em casa. No país sofrido do Bolsa Família, da vasta corrupção política, esses brasileiros que aderiram de última hora à alegria do futebol da Copa depararam com a frustração.

Não chorei. Nem havia como. O massacre da Alemanha nem deixava margem para lamentações. Lamentaria se a derrota tivesse sido por 1 a 0 ou 2 a 1. Isto é, o Brasil teria chegado perto. Agora é ver como os amigos de Neymar (sortudo por ter ficado fora do jogo fatídico?) vão se comportar na disputa pelo terceiro lugar. A Copa acabou pra nós. O futebol, não. Torcedores do Cruzeiro, do Atlético, do São Paulo, do Grêmio continuarão torcendo por seus times, com a paixão de sempre. Enquanto os brasileiros, mais acordados agora, se voltarão para outros assuntos, para o país de verdade ou para si mesmos. Mas, falando da Copa, nossa melhor atitude é manter a sobriedade. Afinal, somos anfitriões de uma festa na qual a Alemanha é a grande estrela. Torçamos por ela!

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