Desmitificando o mito

Jornal O Norte
Publicado em 08/11/2007 às 10:14.Atualizado em 15/11/2021 às 08:22.

Pesquisa: Glauco Fonseca, Revista Veja, Yotube



O argentino Che Guevara, estudante de medicina, filho de família de esquerdistas bastante decadente, recebe um patrocínio de uma fábrica de motocicletas e viaja pela América do Sul com um parceiro - relator do fato -, com a única intenção de fazer uma matéria turística, associada à durabilidade da motocicleta. Acaba, por seu temperamento obscuro e completa falta de responsabilidade, envolvido com a fina-flor da bandidagem política sul-americana, até chegar ao México, onde encontrou um rico e sortudo herdeiro  de uma das famílias mais ricas de Cuba –Fidel -, com desejo e missão de derrubar Fulgêncio Baptista, não sem o apoio dos Estados Unidos, que desejava erradicar a máfia da ilha, para onde antes haviam enviado os chefões da costa Leste americana. Ufa!



Che, o Chancho - não tomava banho e fedia como um porco -, matava a sangue frio, era um cruel assassino e um incompetente gestor, tanto de tropas quanto de estatais cubanas. Só se mantinha feliz se estivesse fazendo alguma traquinagem armada, o que lhe remeteu a uma missão infeliz na África e outra, fatídica, à Bolívia. Mas Ernesto era bonitão, charmoso com as mulheres e temido pelos homens. Foi parar na Bolívia porque não servia mais a Fidel e este o mandou embora. Lá não havia lugar para dois mitos, duas mentiras. Uma delas, Fidel, e os soviéticos determinaram que saísse. E lá se foi, sem lenço e sem documento, Che Guevara para a morte certa.



Quem conta tudo isso não sou eu, nem a mídia golpista, nem a elite de direita, são historiadores, jornalistas, pessoas que estiveram ao lado dos mitos durante a maior parte do tempo. Algumas delas demoraram a falar, a contar a verdade. Outras foram desacreditadas ao longo dos últimos 40 anos. Elas são, entretanto, o relato físico, real, factível das pessoas e dos acontecimentos envolvendo os dois últimos mitos que habitaram o planeta.



Quem realmente deseja saber a verdade? Ela está à disposição na internet, no Youtube, nos DVDs do National Geographic e nos documentários do Discovery Channel.



Eu cito as mídias com som e imagem por uma razão muito simples: o que é escrito e fotografado pode ser, sim, romanceado, floreado e enfeitado de acordo com o seu respectivo autor. Filmes, vídeos, depoimentos com som e imagem, não. Eles são cruéis porque são a essência da realidade. Basta comparar um relato de “centenas de mortos empilhados como lenha num campo de concentração na Polônia” com cenas filmadas do mesmo fato, para sentirmos que uma imagem vale mais que mil palavras.

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