* Renata Evangelista
Nunca fui fumante, alcoólatra ou tive qualquer outro tipo de vício. Mas já estou sentido os efeitos colaterais da abstinência. Neste caso, a privação é quanto aos jogos do maior evento esportivo do planeta.
Dá certa tristeza constar que o fim se aproxima. Apesar de ter acompanhado as últimas edições da Copa, a realização do Mundial no Brasil superou minhas expectativas. E os motivos são os mais variados.
Jogos espetaculares, goleadas impensáveis, lances admiráveis e um festival (e shows) de prorrogações. Como esquecer, por exemplo, dos 5 a 1 aplicados pela Holanda em cima da atual campeã Espanha? Ver uma das seleções favoritas a levar o caneco para casa se despendido já na primeira fase da competição, após tomar 7 gols em apenas duas partidas, não era nada previsível.
Ainda teve os times que de certa forma avacalharam os bolões de todo mundo. Quem diria que a Costa Rica, além de passar em primeiro lugar no “Grupo da Morte”, sairia nas quartas de final de forma invicta. Para muitos, ela é considerada a campeã moral da Copa. Teve ainda a Colômbia, que arrasou dentro do campo e, após ser despachada pelo Brasil, foi recebida por mais de 100 mil torcedores em Bogotá.
Ah, e a polêmica mordida do Suárez, como esquecer?
As sensações provocadas por esta Copa foram muito tênues. Ao mesmo tempo em que comemorávamos a classificação para a semifinal, sofríamos ao ver Neymar agonizando de dor no campo e sendo retirado dos gramados naquela maca mórbida da Fifa. Depois a notícia triste que abalou o país: o craque está fora.
A Copa do Brasil foi considerada por muitos a Copa das surpresas. Depois dos primeiros jogos, todos cogitaram a possibilidade de uma “zebra” na final. Mas como já era imaginado, somente os grandes ainda estão na disputa.
Por tudo isso (e muito, muito mais), por essa avalanche de emoções, a Copa já deixa saudade. E olha que ela ainda nem chegou ao fim. Ainda dá tempo de se despedir e aproveitar os últimos momentos.
Na próxima semana, com certeza, estarei com uma leve depressão pós-Copa. Por enquanto, só me resta torcer para que a Seleção termine em terceiro lugar.