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Quinta-Feira,25 de Dezembro

Depressão. É preciso se cuidar

Artur Leite

Jornal O Norte
Publicado em 20/08/2014 às 15:04.Atualizado em 15/11/2021 às 16:35.

Em minhas aulas na Unimontes, nas palestras pelo Norte de Minas e em programas de rádio e televisão tenho abordado com frequência  o tema depressão e encontrado um alto índice de pessoas que estão sendo diagnósticas com  este mal. Esta doença, que avança cada vez mais, está presente em todas as classes sociais sem discriminação. Estudos recentes fazem questão de esclarecer muito sobre o incômodo assunto. Agora mesmo, ela foi a responsável, somada à dependência química, por levar o ator americano Robin William, de 63 anos, a se matar, na segunda-feira passada, dia 11. Os dados mostram que, em 1996, 58 pessoas morreram por uma causa associada à depressão. Em 2012, último dado disponível, foram 467.

O número total de suicídios também teve aumento significativo no Brasil. Passou de 6.743 para 10.321 no mesmo período, uma média de 28 mortes por dia. As taxas de suicídio são muito superiores às mortes associadas à depressão, porque, na maioria dos casos, o atestado de óbito não traz a doença como causa associada.

No Brasil, a faixa etária correspondente à terceira idade é a que reúne as estatísticas mais preocupantes. No caso de mortes relacionadas à depressão, os maiores índices estão concentrados em pessoas com mais de 60 anos, com o ápice depois dos 80 anos.

No caso dos suicídios, embora os números absolutos não sejam maiores entre os idosos, a maior taxa de crescimento no período analisado ocorreu entre pessoas com mais de 80 anos. Entre 1996 e 2012, o suicídio cresceu 154% nesta faixa etária.

O aumento de suicídios e de mortes associadas à depressão está relacionado com dois principais fatores: o aumento das notificações e o crescimento de casos do transtorno. “Como o assunto é mais discutido hoje, há maior procura por atendimento médico e mais diagnósticos. Mas também está provado, por estudos epidemiológicos, que a incidência da depressão tem aumentado nos últimos anos, principalmente nos grandes centros”, retifica também Miguel Jorge, professor associado de psiquiatria da Unifesp.

É preciso esclarecer cientificamente que, além do componente genético, que pode predispor algumas pessoas à doença, fatores externos da vida atual, como o estresse e a grande competitividade profissional, podem favorecer o aparecimento da doença.

No caso dos idosos, a chegada de doenças crônicas incuráveis, o luto pela perda de pessoas próximas e a frustração por não poder mais realizar algumas atividades os tornam mais vulneráveis à depressão e ao suicídio. Um estilo de vida estressante, o uso de drogas e álcool e insatisfação em diversas áreas são fatores de risco para a doença. Fazer escolhas pessoais e profissionais que ajudem a controlar esses fatores é uma forma de prevenir a depressão, diz o especialista.

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