Curta política: Publicação de 12 de novembro de 2008 - por Marcelo Valmor

Jornal O Norte
Publicado em 12/11/2008 às 10:19.Atualizado em 15/11/2021 às 07:49.

A SECA NO NORTE DE MINAS



· Quando foram descobertos os veios de ouro em Minas Gerais entre os séculos XVII e XVIII, quem abastecia a região mineradora com salitre (para produção de pólvora) e gêneros alimentícios era o Norte de Minas. A tradição se manteve. Possuímos o maior rebanho de gado de corte do estado, e, na maioria das vezes, vendemos nosso gado em pé, favorecendo os grandes frigoríficos, sobretudo do triângulo mineiro, que abatem a rês, embalam a carne, e retém em outras paragens o lucro maior desse produto.





A SECA NO NORTE DE MINAS II



· Mas como se isso não bastasse, em longos períodos de estiagem, como o observado agora, somos obrigados, por absoluta falta de pastagens devido a ausência de chuvas, a vender reses a baixos preços. Já perdemos em torno de 60 mil cabeças de gado por falta de chuva, e fomos obrigados a vender mais de 150 mil a baixo preço, transferindo a terceiros todo um esforço feito durante todo o ano, seja na engorda, seja na manutenção em vacinas.





A SECA NO NORTE DE MINAS III



· Essa situação está se repetindo de forma cada vez mais grave. Quarenta anos atrás as chuvas se iniciavam em meados de setembro; vinte anos atrás em meados de outubro; atualmente em meados de novembro, isso se os Institutos de Metereologia não falharem, como de costume. Assistimos cada vez mais aos apelos do povo à Deus e aos Santos atrás desse líquido precioso. E Deus tem feito a parte dele, pois estamos vivos. Quem não anda fazendo a dele é o Governo do Estado.





A SECA NO NORTE DE MINAS IV



· Eduardo Azeredo perdeu uma eleição quando o estado foi tomado por uma enchente e o mesmo se encontrava na Europa fazendo sabe se lá o que. A história se repete agora com Aécio Neves. Onde anda o governador? Compreendemos os seus motivos para não estar aqui vendo de perto esse flagelo, mas não aceitamos a falta de verbas e de assistência ao homem do campo. Ou será que essa ausência de recursos é intencional, nos obrigando a transferir nossas riquezas cada vez mais para outras regiões? Onde andam as nossas lideranças políticas? E as nossas lideranças de classe? Ao contrário do que a maioria pensa, “pau que dá em Chico também dá em Francisco”.





O PROJETO POLÍTICO DE AÉCIO NEVES



· Com o crescimento do PMDB em todo o país depois dessas últimas eleições, o projeto de Aécio Neves de se candidatar pelo partido foi por água abaixo. Mas o governador já sabia disso, tanto que procura uma terceira via desde o momento que articulou, juntamente com o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, um grande acordo político, que passou pela incorporação do PSB a prefeitura da capital. Hoje o PMDB é controlado pelo seu lado mais fisiológico, o que faz dele um partido que não procura perder menos, mas sim que está do lado de quem ganha mais. E o governador, dentro do xadrez político, ainda não é uma garantia de ganhos maiores. Daí a opção de Aécio pelo PSB, com a inclusão de Ciro Gomes como vice (um mineiro e um nordestino), e, claro, com o PT no governo do Estado e a benção do Presidente Lula. É a nossa aposta.





CAFÉ GALO



· Jadir, do Café Galo, fez uma festa para homenagear os campeões de voto e deveria ser seguido por outros setores da sociedade. Agora com outros tipos de manifestações: o pior prefeito de Montes Claros, os vereadores envolvidos em corrupção, o combate a compra de votos, etc. O quarteirão do povo deveria fazer jus ao nome dele e se transformar de fato em uma tribuna. Jadir faz história e a parte dele. Parabéns Café Galo!





UNIMONTES



· Os professores da Unimontes vão receber, no contra cheque de novembro, que só estará disponível em dezembro, uma bagatela de 7% de aumento, fruto de “intensas” negociações das suas lideranças. Como nesse mesmo contra cheque estarão o prêmio de produtividade e o adiantamento do 13º. Salário, iremos assistir a uma falsa ilusão. Mas assim mesmo as festas de fim de ano prometem ser das melhores. É pena que isso só dure até dezembro, pois já em janeiro estaremos convivendo novamente com as mesmas dificuldades de antes. Qual seria a solução, portanto? A autonomia universitária. Projeto nesse sentido foi encaminhado a Assembléia Legislativa pelo deputado Ruy Muniz, garantindo para a Comunidade Universitária o amplo direito de empossar o mais votado. Na prática isso se iniciou com a nomeação do atual reitor, o professor Paulo César Almeida, que, quer queiram quer não, foi o mais votado nas últimas eleições. Houveram avanços, portanto, mas ainda é pouco.



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