Crime organizado

Jornal O Norte
Publicado em 19/07/2010 às 08:31.Atualizado em 15/11/2021 às 06:33.

Ajax Tolentino


Advogado e escritor



Crime organizado é toda ação feita por um conjunto de pessoas, cuja atividade tem como objetivo obter poder, lucro ou vantagem, transgredindo as leis das sociedades.  Como o tráfico de drogas, os jogos de azar, a corrupção pública e privada, a compra de proteção, assaltos a banco, ao comércio, e homicídio encomendado.



Estes crimes são praticados principalmente por um conjunto de pessoas, ligadas a um fim ilícito comum. Nele está inserida a violência, atitudes que causam danos aos seres vivos, aos objetos e as instituições.  É o uso excessivo do vigor, além do necessário ou esperado. Com a aplicação de uma ação ilegal, contra qualquer ser, coisa ou entidade. A violência se diferencia da força, palavras que costumam estarem próximas, mas são diferentes. Enquanto que a força designa energia, a violência é uma ação corrupta, com ira, que agride e prejudica. 



Estas agressões são feitas no Brasil por muitos motivos. Os principais, segundo entendimento geral, são as más distribuições de rendas, e o desemprego. Por isso as crianças são jogadas à rua pelos pais, para arranjarem ou completarem a renda financeira da família. Em um momento inicial, estas crianças começam com a venda de salgados e doces. Para em seguida irem para o roubo e a droga, o caminho mais curto para melhores vantagens econômicas. Embora estes caminhos os levem a uma vida curta. Dia mais, dia menos, em regra geral são mortos pelos concorrentes, pela policia ou são presos e condenados.  Pois criados na rua, longe dos pais, sem freios, eles acostumam com a violência. E deste modo os pais passam pelo dissabor de enterrarem seus filhos, quando o normal seria serem enterrado por eles. Estes grupos de violência existem em todo mundo, por fracassos, por frustrações e por anomalias patológicas. Mas como já foi dito, no Brasil o maior motivo é a falta de estrutura financeira e berço.



Não adianta os governos usarem super armas, carros tanque, helicópteros e outros artefatos, para a segurança pública resolver o problema da marginalidade. Marginais que agem de um modo geral em grupos. Assim a origem da violência destes grupos é mais um sintoma social, do que uma doença social. Mas com certeza o governo brasileiro ainda não conseguiu chegar ao âmago do enigma. Como o Brasil está evoluindo financeiramente, talvez consiga colocar o dedo nesta ferida da violência de grupos delinqüentes. Ao proporcionarem mais condições financeiras ao povo. Pelo menos para amenizar a situação.



Quando um grupo agride ou mata, ou pratica qualquer ato ilegal. Normalmente o faz em função de alguma situação que considerou desrespeitosa, segundo seus entendimentos moldados no crime. Mesmo que a questão seja banal. Isso acontece pelo costume que a marginalidade lhe ensinou, que tudo se resolve com a violência. Para piorar os jovens não são exemplarmente punidos. Até pela própria estrutura da nação com suas leis inócuas, pelas suas qualidades e pela falta de condições de serem aplicadas.



Também porque quando eles chegam à vida adulta já estão acostumados em praticar a violência, e continuam.  É necessário educar os jovens e dar condições para que seus pais o façam, uma obrigação dos governos. Assim a nação não precisará colocar armas de guerra, muitos carros, tanques e helicópteros, nas mãos da polícia para matarem os jovens cidadãos delinqüentes, por não conseguirem controlá-los mais, isso até em legitima defesa.    



A falta de estrutura financeira, para ser formada uma família e a falta de instrução escolar, na maioria das vezes levam as pessoas ao crime organizado. Assim os tornam marginais mesmo depois que por um motivo qualquer chegarem da uma estrutura melhor. Pelo alcance da instrução, como juízes, funcionários públicos e políticos, ou por se tornarem um ídolo pela suas capacidades, como jogador de futebol, cantor etc. Com as conquistas, acham que são poderosos. E no cotidiano conseguem abafar pequenos delitos, pelo poder financeiro ou pelo seu sucesso. A cada dia vão praticando mais delitos até chegarem a um ponto alto que a sociedade não mais aceita. E pelo que fazem de errado e com as suas notoriedades, são um bom prato para a mídia. Por tudo isso eles caem, e quando assustam estão sendo punidos. Desta maneira precisam de muita força de vontade para não tornarem delinqüentes, ou continuarem sendo delinqüentes. Os de berço, pelo menos a maioria deles, têm religiosidade e familiar constituída, por isso não são afeitos a praticas de delitos. Até por respeito, vergonha ou medo de enfrentar a família que pertencem. É certo que há exceção. Por isso o entendimento mundial hoje, é que estes delinqüentes notórios sejam exemplarmente punidos, para servir de exemplo.



“Resolvendo este problema da distribuição de renda, pelo governo do Brasil, os policiais ficariam por conta daqueles marginais que são bandidos por opção, ou por índole, que com certeza será uma minoria”.

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