Manoel Hygino
Estamos em plena Copa, que tanta preocupação causou aos brasileiros e serviu de alimento aos jornais de todo o mundo, dadas as manifestações e protestos que eclodiram no país contra sua realização, quando problemas ingentes e urgentes exigiam prioridade na solução.
A sete dias do início da competição, a eclosão de uma greve dos metroviários de São Paulo causou atropelos de toda espécie, prejudicando terrivelmente a locomoção das pessoas, sobretudo dos que se dirigiam ao trabalho ou dele procediam. Quase um caos, numa metrópole que cotidianamente enfrenta grandes congestionamentos. Nas demais capitais, não foi menor o tumulto, mutatis mutandis, com interrupção de vias urbanas e de estradas, incêndios criminosos em coletivos, suspensão de aulas nos estabelecimentos públicos ou particulares.
Em verdade, o brasileiro, de um modo geral, não queria a Copa, ou porque reconhecia a necessidade de solução de outras questões, ou porque não desejava que o país fosse palco do evento, ou porque era simplesmente contra. Nas ruas e nos lares, havia o temor de confusão e tumultos da ação de vândalos, e de pessoas impelidas por interesses políticos e ideológicos; por atos criminosos até. Uma nítida inquietação.
Para depois da Copa, as perspectivas eram também sombrias. Pesquisa revelou que a maioria do povo que pensa no país se mostrava pessimista em relação ao comportamento da economia: 52% acreditavam que a situação pioraria, 34% na manutenção do cenário, não tão favorável como se pretenderia.
O Código de Conduta da FIFA estabelece dimensões para cartazes e bandeiras nos estádios, que os mastros fossem de plástico flexível. Proíbe fogos de artifício, instrumentos musicais, malas, guarda-chuvas, lanches caseiros e qualquer tipo de líquidos, latas de spray, medicamentos, estimulantes etc. Restava saber se as normas seriam cumpridas.
Pesquisa da norte-americana Pow Research revelou que os brasileiros estão preocupados com a economia, como afirmaram 67% dos entrevistados. 85% reclamaram da alta dos preços, mas também da criminalidade, corrupção e desigualdade social. 72% estão insatisfeitos com o Brasil de hoje. No exterior, o Serviço Mundial da BBC divulgou que a percepção negativa do Brasil aumentou nos 24 países consultados.
“O Globo”, do Rio de Janeiro, previa “o aumento do consumo de combustíveis, em cerca de 4% este ano, representando mais gastos com importações de derivados, principalmente gasolina e diesel. O montante pode alcançar US$18,8 bilhões, maior que os US$15, 1 bilhões de 2013. As aquisições no exterior somarão 462,2 mil barris por dia.
À FIFA pouco importa: prevê o campeonato mais lucrativo, o que distribuirá maiores prêmios, com mais pedidos de ingressos e terá os jogadores mais caros da história do futebol. A renda da FIFA superará US$ 4 bilhões.
