Por Eduardo Costa
Se há uma área em que políticos de todos os partidos estão absolutamente em pé de igualdade no nosso Estado é o combate às drogas. Até aqui, só fizeram discursos, reuniões e promessas.
Começou ontem e termina amanhã mais um seminário, esse com o pomposo título de “Políticas sobre Drogas: cenários, avanços e desafios”. O objetivo é fomentar o realinhamento das ações no contexto das políticas públicas, propiciando um espaço de debate entre representantes dos diversos segmentos sociais e estruturas de governo. Também é sugerida a elaboração de proposições e estratégias efetivas frente às demandas da temática.
A previsão é a de que 800 pessoas, indicadas nas 187 conferências municipais e regionais que mobilizaram todo o Estado, participem das discussões sobre os eixos: saúde, defesa social, desenvolvimento social e educação.
Virão autoridades de todas as partes do país e a boa notícia é que o secretário nacional de Políticas sobre Drogas é Vitore Maximiano – e não mais a antecessora dele, que, no ano passado, teve a coragem de dizer que não vivemos uma epidemia de crack no país.
Há um parágrafo no release sobre o evento que é a síntese bem-acabada de um texto bem-preparado na base do “embromation”.
Diz que “na oportunidade, será apresentado aos participantes um histórico de avaliação dos ciclos das políticas e ações que perpassam pelo tema drogas, desenvolvidas pelo Governo de Minas nos dez anos de criação da Subsecretaria de Políticas sobre Drogas. Além disso, haverá a exibição das propostas prioritárias para os próximos anos”.
A menos que eu esteja muito mal-informado, vão conversar sobre o que não existe. Não se conhece nada de concreto a não ser uma série de documentos e compromissos assumidos.
O governo federal está de longe, o governo do Estado continua fingindo e a prefeitura da capital nem liga de ser chamada de omissa.
Havia, no orçamento da Prefeitura de Belo Horizonte para o ano passado, a “fortuna” de R$ 50 mil (não são R$ 50 milhões não, são R$ 50 mil) para a política de prevenção e combate às drogas que nem sei se foram usados.
No governo do Estado, o secretário Eros está lá por conta dos acertos políticos, e o Clóvis, o antidrogas, é esforçado, mas não tem nem dinheiro nem prestígio junto ao núcleo de decisão.
Aposto que, ao fim, dirão que não há verbas para os programas. Também pudera: quase mil pessoas no resort mais procurado do Estado por três dias... As diárias levam o dinheiro da prevenção!