Dário Cotrim

O mundo fantástico do dinheiro

Publicado em 08/06/2024 às 05:07.

O colecionismo é a ciência de um encantamento indefinido. Foi por esse caminho que perambulei nos primeiros anos de minha adolescência, tudo isso em busca da valorização da vida. Como dizia Arquimedes de Siracusa: Eureka! Era tudo que eu desejava para as minhas horas de lazer: descobrir uma forma simples de preencher os momentos do ócio. Assim, passei a colecionar “dinheiro” e os seus equivalentes. No início, eram umas moedinhas sem muita importância, agora, algumas delas de valor considerável. O tempo passou e de ajuntador tornei-me um colecionador de fato. 

As histórias do dinheiro no mundo têm o feitiço e o deslumbramento escrito por Jack Weatherford numa obra esplendida e “uma agradável apresentação exatamente daquilo que faz o mundo girar” quando se descobre as saídas convergentes para um mesmo ponto. O dinheiro, metal ou papel, é o sonho de consumo de todas as pessoas. Ele nunca foi tão necessário, antes e depois do escambo, como meio de troca no mercado financeiro e econômico de um país. 

Há um erro crasso quando se diz que o dinheiro perdeu o valor. O papel-moeda fora de circulação, nem sempre o seu valor facial representa o quanto ele realmente vale. Para o colecionador, uma cédula ou uma moeda, dependendo de sua raridade, vale muito mais do que as pessoas possam imaginar. Em razão disso, é aconselhável que necessário se faz uma pesquisa em catálogos proficientes no manejo das cotações em vigor. 

A ciência de colecionar dinheiro chama-se “numismática, que é o estudo sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico das cédulas, moedas e medalhas, muito embora o termo também seja empregado como sinônimo ao colecionismo desses itens”.

Quando eu residia no Rio de Janeiro (em 1973), fui apresentado ao numismata Júlio Vieira – da Numismática Vieira – e, daí, então eu passei a adquirir, com assiduidade, as cédulas do padrão “mil-réis”, valorizando a minha iniciante coleção. No ano de 1977 adquirir o Catálogo de Moedas Brasileiras, rubricado por Santos Leitão e, posteriormente, os catálogos de Claudio Patrick Amato, Irlei Soares das Neves e Júlio Ernesto Schütz. Ainda tenho em meu poder essas pérolas no mundo das informações numa prateleira especial de minha biblioteca.

Há exatamente 57 anos que iniciei no mundo do colecionismo. Estudei muito sobre o dinheiro, fiz algumas exposições em espaço público e já escrevi um livro “Ensaio Numismático”, ainda inédito. Proferir algumas palestras sobre o tema nas escolas públicas e nas universidades. Na companhia dos saudosos confrades, Hélio de Morais e Francisco Gomes Calaça e, em parceria com os Correios, criamos o Clube Numismático e Filatélico de Montes Claros, que teve vida curta. Na minha idade provecta, faço uso constante, em folhear, cuidadosamente, o meu tesouro como forma e lenir as constantes dores do corpo. Cada cédula tem a sua história. Cada moeda, da mesma forma. E, assim, eu vou vivendo a esperança de se preservar no seio da família essa paixão que me alimenta até o final dos dias.

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