Dário Cotrim

O alto severo

12/03/2022 às 00:03.
Atualizado em 12/03/2022 às 12:27

Um sonho foi realizado. Um livro foi escrito e publicado. São as memórias de Clarindo Cardoso de Faria que vêm em Poesia e Prosa para ser eternizadas no tempo. As histórias de vida do autor têm existência na morada do sítio Vargem Grande – em Montes Claros – desde os tempos de menino. Pode-se dizer que trata-se de uma autobiografia, haja vista que no livro é contado fatos de sua trajetória de vida, com as recordações do passado em versos e prosa. Na construção de trovas selecionamos duas para ilustrar esta nossa crônica. Vejamos: “Quem quiser plantar saudade/ me peça a muda que eu dou/ pois tenho canteiros dela/ que o meu passado plantou” e ainda “O amor rompe parede/ rompe muro ladrilhado/ rompe até porte de bronze/ trancada com cadeado”. Na verdade, o autor Clarindo Cardoso de Faria era um memorialista convicto e consciente de suas narrativas sobre o passado de sua cidade.

Não obstante a falta da fonte bibliográfica, mesmo assim o seu influente livro tem uma importância inquestionável para a história antiga de Montes Claros e da região. Os seus depoimentos são, sem dúvida alguma, um material importante para um estudo mais profundo sobre as origens de nossa terra, com a convicção de que a história estaria sendo resgatada, no tempo e no espaço com autoridade, para o aprimoramento de nossas tradições e de nossos costumes. Os nomes de pessoas e de lugares citados ao longo de sua narrativa reproduzem com fidelidade o avanço do desenvolvimento físico e as conquistas da cidade em todos os segmentos da história.

Portanto, o livro de Clarindo Cardoso de Faria é um repositório de reminiscências que eleva, com subido orgulho, a bela história de nossa terra. Não bastasse somente a isso, o autor ainda teve a criatividade de incluir no seu trabalho literário, anexos preciosos sobre a descendência de sua família e, em capítulo especial, dados sobre a linha do tempo – uma valiosa cronologia de fatos. Para melhor ilustrar essa nossa crônica, transcrevemos para cá o que disse a sua apresentadora Maria Walkíria Faria sobre a obra de Clarindo Cardoso de Faria. Vejamos: “Caro leitor, em suas mãos, um pouco da história de Clarindo Cardoso de Faria, registrada por ele mesmo, de maneira simples e fiel aos acontecimentos. O seu jeito de narrar, com tanta fidelidade, nos transporta de forma imaginária ao tempo em que aconteceram esses fatos. São registros históricos”. 

Nota-se bem que o livro Poesia e Prosa foi publicado para homenagear o centenário de nascimento do autor. Ele é natural da cidade de Montes Claros, onde nasceu no dia 12 de agosto de 1913. Filho de Francisco Cardoso de Faria e de dona Maria José Sares. Sempre residiu no Alto Severo Leite (hoje Bairro do Santo Expedito), na Avenida Cula Mangabeira, nome que eternizou o comerciante de látex de mangaba o Sr. Herculano Mangabeira (Cula Mangabeira, era vendedor do látex da Mangaba para o fabrico da borracha, no Estado da Bahia). O Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, nesta oportunidade, entregou-lhe o Diploma Honra ao Mérito. Parabéns!

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