Durante as nossas primeiras reuniões, nas quais debatíamos sobre as questões paleontológicas, tivemos a ideia da criação do Museu da Paleontologia de Montes Claros, no nosso Instituto Histórico e Geográfico. Pouco tempo depois, com a participação da ilustre associada, Oneide Ribeiro de Queiroz Torres, o projeto do museu ganhou corpo, alma e forma praticamente definitiva, com a participação das jovens Lorena e Monalisa Campos, filhas generosas do saudoso Leonardo Álvares da Silva Campos, na construção de um Museu. Assim, iniciávamos os preparativos preliminares na escolha do local e num pequeno projeto, para que tudo pudesse sair do papel para o concreto e com a perfeição necessária. 

O início da nossa empreitada foi muito difícil. Basta ver que alguns membros do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Montes Claros – COMPAC, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura, não concordavam com a nossa ideia, já que poderia, o velho sobrado Dulce Sarmento, ser descaracterizado de sua originalidade, o que, verdadeiramente, nunca aconteceu. Entretanto, como se não bastasse esse embrolho, ainda teve o desconforto da vizinhança, que ocasionou muitos aborrecimentos, na tentativa de obstruir todo o trabalho que estava sendo preparado, causando, assim, grande prejuízo financeiro ao Instituto Histórico. Todavia, esses empecilhos já foram contornados e hoje o museu é uma realidade.

Entretanto, coube ao associado Leonardo Alvarez Rodrigues a glória de haver quebrado as incongruências ocorridas durante as intervenções alheias e anunciado a continuidade da obra. Sem essa atitude milagrosa, nada teria acontecido e o Museu estaria escangalhado e condenado à sua inexistência física e definitiva. Além do mais, nota-se que o associado Leonardo Alvarez Rodrigues teve o poder da clarificação, pois conseguiu transformar as obscuridades em formas simples e acessíveis. Mas, enfim: 

“A exposição inaugural do Museu Leonardo Campos nos levará a uma envolvente jornada no tempo, explorando nossas raízes e as descobertas realizadas pelo ilustre pesquisador ao longo de sua vida. Além disso, teremos o prazer de apresentar obras de sua autoria, como o livro O Homem na Pré-História do Norte de Minas, que se tornou referência no estudo desse período histórico”

O Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros apresenta ao povo montes-clarense o Museu Leonardo Campos. Em vista disso, nós empreendemos, então, duas obras literárias, computando, compilando e anotando aqui e acolá, dados e informações necessárias para a organização deste Museu: “O Homem na Pré-História do Norte de Minas”, de Leonardo Campos e “A Arte Rupestre na Pré-História do Médio São Francisco”, de Dário Teixeira Cotrim. É bem verdade que em nossa terra não existem outros livros publicados que versam sobre a antropologia, a arqueologia e a paleontologia, apesar da riqueza do material já encontrado no subsolo norte-mineiro. 

O Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, desde a sua fundação, que aconteceu no dia 27 de dezembro de 2006, tinha como objetivo a criação do seu próprio museu. O tempo passou e hoje já se pode falar na existência de seus memoriais: Simeão Ribeiro Pires, Marcelo Mameluque Mota, Saul Alves Martins; de suas bibliotecas: Brasiliano Braz, Arthur Jardim de Castro Gomes; Urbino Viana; de suas salas de leitura: Hermes Augusto de Paula, Nelson Vianna, Haroldo Lívio de Oliveira, Cândido Canela, Ruth Tupinambá Graça, Cabo Geraldo Martins Santana e Dulce Sarmento; e de seus núcleos museológicos I e II: Ivo das Chagas e Harlen Soares Veloso, além do pátio Américo Martins Filho. Parabéns, Montes Claros!

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