Dário Cotrim

Museu da Antropologia Cultural

Publicado em 02/09/2022 às 22:37.

Com a criação do Museu da Antropologia e da Etnologia “Leonardo Campos” pelo Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, inicia-se um período de estudos sobre a historiografia da pré-história no sertão mineiro, desde o aparecimento dos primeiros hominídeos, por volta de três milhões de anos a.C. Foi nesta data que se deu o início do período Paleolítico, momento em que o ancestral mais antigo até agora conhecido utilizou-se de um osso fêmur para abater animais e obter deles o alimento necessário para a sobrevivência de sua raça.

No livro “O Homem Primitivo no Norte de Minas”, do saudoso professor Leonardo Álvares Silva Campos, o leitor tem a oportunidade de saber mais sobre os seus ancestrais, os que utilizavam métodos primitivos para caçar ou coletar alimentos. O fato original do aparecimento do homem no Norte de Minas atribui-se ao período do Paleolítico Superior, fase em que o homem pré-histórico atingiu grande desenvolvimento cultural.

A primeira etapa do Paleolítico Superior começou há uns quarenta mil anos. Foi quando o homem começou a utilizar o sílex para fabricar facas e machadinhas de pedra lascada, para uso diário. Uma característica interessante é notada nas facas de sílex: apresentam apenas o corte de um lado, característica que se mantém até os dias de hoje. 

Durante o período pré-histórico, a sua divisão ficou definida assim: o Paleolítico com o aparecimento dos primários hominídeos – e que se estendeu aproximadamente até 10.000 anos a.C. – e o Neolítico, quando o homem começou a produzir seus instrumentos de pedras e ossos. Entretanto, não há como definir o término de uma e nem o começo da outra. Por isso, no momento de transição entre eles, os paleontólogos resolveram incluir o período Mesolítico, que seria tudo aquilo que já se conhecia, porém de modo mais avançado. Podemos citar como exemplo os instrumentos de pedra lascada que passaram a ser fabricados com pedra polida.

A cada dia que passa, o conhecimento sobre as nossas origens vai ganhando novos capítulos. O antropólogo americano Melville J. Herskovits publicou o livro “Antropologia Cultural”, em 1948, quando diz que “a antropologia cultural divide-se, habitualmente, em etnologia e etnografia; a primeira se ocupa do estudo comparado da cultura e da investigação dos problemas teóricos que brotam da análise dos costumes humano, e a segunda da descrição de cultura concreta”. Nestes termos é que evoluímos para a criação do Museu da Antropologia e Etnologia de Montes Claros, haja vista a riqueza de fosseis e material sílex existente sob o solo do nosso território. 

Recentemente, publicamos,sobre a nossa região, o livro “Arte Rupestre na pré-história do médio São Francisco”. No prefácio, o professor Leonardo Campos diz que o livro “trata do maior mistério da Terra: os primeiros tempos do animal mais bem-sucedido, intrigante e misterioso da história da Terra: o homem”. Para finalizar, fazemos aqui um convite à Unimontes e a todas as faculdades de nossa cidade, para realizarmos uma parceria de trabalho em prol do conhecimento antropológico de nossa região. A sede do IHGMC fica na rua Cel. Celestino, nº 140 – Centro.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por