Eu estou com um novo livro nas bibliotecas e nos lares das pessoas que gostam da literatura popular, em folhetos de cordel. Desta vez é a forma de escrita no estilo harmonioso do saudoso poeta montes-clarense Cândido Canela e do mestre cordelista Catulo da Paixão Cearense. Mais um livro de minha lavra no estilo universal da escrita, onde os leitores podem, do amanhecer ao pôr do sol, vibrar com as anedotas e as amenidades que se leem-no prazerosamente. Essa antologia literária reúne os meus onze livretos de cordel – versificados, metrificados e rimados – com histórias e estórias contadas pelo povo de minha terra e influenciadas pelos noticiários daqui e de alhures.
Essa antologia foi dividida em vários temas, como: contos amorosos (emulações), crônicas políticas e fatos trágicos com merecido estudo sobre o cotidiano do nosso povo. Pois nela o estimado leitor irá perceber, notoriamente, que os textos selecionados estão disseminados em duas partes bem distintas: a primeira que se trata da literatura de cordel e a segunda da trova, uma forma de versificação que se tornou um verdadeiro movimento de incentivo à poesia popular, uma vez que, em ambos os casos selecionados para esta antologia, aparecem as diferenças e as semelhanças das incontroláveis paixões do amor, fatos que se tornam tão fascinantes nesta brochura. É importante salientar que a literatura de cordel teve origem nos relatos orais dos contos e causos do povo sertanejo acostumado com as tradições e as lendas do imaginário popular.
A minha bibliografia se completa agora de cinquenta e sete obras de vários gêneros literários e com tendência direta para a historiografia. Todavia, o romance propriamente dito, ainda não se fez presente nos meus escritos, não obstante ele já ter sido publicado no romance-histórico intitulado O Idílio de Pórcia e Leolino. Outro fato importante é a dissertação dos episódios históricos dos municípios norte-mineiro e parte do sudoeste baiano. Infelizmente, hoje não há mais o ânimo e nem o folego de buscar em in loco outras fontes de pesquisas para uma nova publicação e nem por isso deixamos de produzir as minhas memórias em benefícios de uma nova geração de leitores. Para ilustrar citamos o nosso mais recente documentário histórico: Portugal & Espanha, uma viagem prometida, ainda sem data para lançamento.
O livro continua sendo o melhor amigo do homem. Produzir livros, livros à mão cheia, como foi solicitado pelo poeta Castro Alves, é a maneira mais gratificante que existe para animar a alma e o coração das pessoas. Os poetas sabem fazer isso, e nada foi por acaso que nós publicamos essa Antologia da Literatura de Cordel, tendo em conta ser ela de leitura fácil e gostosa ao mesmo tempo. De todas as formas de escrita, utilizada aqui, destacamos a produção do soneto, uma forma clássica da literatura portuguesa, regida por normas próprias e apreciada por leitores exigentes.
Na nossa Antologia da Literatura de Cordel, na tradição dos folhetos vendidos em feiras livres, principalmente nas regiões do norte-nordeste do Brasil, reflete a sua origem desde o século XIX, até os dias de hoje. Não seria por acaso a nossa vontade de escrever cordel, visto que o meu saudoso pai, Ezequias Manoel Cotrim, era um contumaz ledor dos folhetos de cordel, legando a mim o gosto para uma boa leitura. O Encontro de Cancão de Fogo com Pedro Malazarte, da editora Luzeiro, foi um dos primeiros livros de cordel que eu li. Leia você também os livros de cordel!