O Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, atendendo o que determina o artigo segundo do seu Estatuto, continua trabalhando para resgatar e divulgar a história dos homens que fizeram a diferença no desenvolvimento da cidade e da região. Assim, uma equipe de associados, imbuídos na prestação de serviço, organizou o Memorial do Rádio Amador de Montes Claros, destacando o legado deixado pelo radioamadorismo, na pessoa de Marcelo Mameluque Mota, em uma das salas do egrégio Instituto Histórico e Geográfico, com exposição permanente de seus objetos e documentos para apreciação do povo em geral e dos estudantes para as suas pesquisas escolares.
Nota-se que, cada museu adota a sua própria política de aquisição e criação dos memoriais. Aqui, nada mais nos importa senão o diletantismo dos fatos passados e a valorização daqueles que se ocuparam da transformação desses eventos, até os dias atuais, na função do radioamadorismo e na criação do memorial do Rádio Amador de Montes Claros. Neste sentido, o processo de aquisição dos objetos e documentos do saudoso Marcelo Mameluque Mota, tornou-se um legado importante para a formação e manutenção de um acervo museológico, numa tarefa trabalhosa, dispendiosa, complexa, ainda em processo de estudo e aperfeiçoamento, mas digno de elogio na personalidade das pessoas. Entretanto, muitas questões fundamentais ainda estão por ser discutidas e aperfeiçoadas para o completo resgate histórico de nossa gente e de nossa terra.
Quem foi Marcelo Mameluque Mota? Foi, sem sombra de dúvidas, o mais importe homem da comunicação do rádio em Montes Claros. Ele nasceu no dia 16 de janeiro de 1922, no distrito do Brejo do Amparo (no município de Januária – MG). Era filho do saudoso João Mameluque de Castro e de dona Dízia da Mota de Castro, Casado com dona Maria Miguel da Mota, com quem teve os seguintes filhos: Athos, Aramis, Soraya e Silvana Mameluque Mota, esta que é a nossa associada no IHGMC e responsável pela criação do Memorial do Rádio Amador de Montes Claros.
Marcelo Mameluque Mota era médico veterinário e foi funcionário público federal, na Superintendência do Vale do São Francisco, até quando se aposentou de suas funções trabalhistas. Recorrendo as anotações da associada Maria da Glória Caxito Mameluque, registramos aqui o seguinte: em quatro de outubro de 2001, quando se comemoravam 500 anos do Rio São Francisco, Marcelo Mameluque Mota proferiu emocionado discurso, quando afirmou: “Posso dizer sem medo de errar que o Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais e morre no Oceano Atlântico, no Estado de Alagoas, mas antes em seu percurso, ele passa pelo meu coração com o tisnado barrento de suas águas, de onde destaco a sua mais extraordinária riqueza, que vem a ser sua gente, da qual faço parte, pois aqui vivo. Nesse vale dei o primeiro grito de vida, e com certeza darei o meu último suspiro”.
Marcelo Mameluque Mota morreu no dia nove de setembro de 2009, aos 87 anos de idade, deixando um legado extraordinário de muito trabalho e amor para as novas gerações. Com a criação do Memorial do Rádio Amador no IHGMC, as lembranças carregadas de saudades, atenuam a lacuna deixada pela sua inesperada partida. Enfim, vamos juntos ao museu do IHGMC descobrir esse mundo fantástico de experiências sobre o radioamadorismo!