Dário Cotrim

Janela da Saudade

Publicado em 14/10/2022 às 23:32.

Há algumas dezenas de anos, o nosso país vivia um tempo bem diferente dos dias atuais. Assim, a história escrita aqui pelo associado, Antônio Pereira Santana, no seu livro a “Janela da Saudade”, traz o conhecimento dos fatos políticos daquela época abominável e a revelação do amor necessário, ao estilo condizente com os mais importantes autores dos romances passados. O seu livro, pelo seu caráter abrangente, pode ainda ser utilizado como obra de consulta para as novas gerações sobre o que se passava durante os “anos de chumbo”, em nosso país, e, paralelamente, conta a história da jovem estudante Carolina com o seu professor, João Soares Lima, com todas as turbulências que foi envolvido pelo temor da perda de um e pela tentação obstinada do outro. Aqui nasce uma bela história de amor, o que nos faz evocar, seguramente, como os dias especiais merecem ser lembrados, principalmente com o envolvimento do sentimento-puro ali existente. Nota-se que é uma história tão verdadeiramente possível que o leitor pode até pensar que poderia ter acontecido com ele próprio, quando os acontecimentos de uma vida amorosa os afastam e os unem em diferentes momentos de suas existências.

Constatamos que neste livro, o objetivo básico é o estudo político dos tempos de antanho. Entretanto, as suas páginas são contaminadas pelo amor-romance, descrevendo em leitura fácil e envolvente, um caminho impossível para se chegar ao ponto desejado. A estória amorosa do professor João não era tão somente uma, mas três raízes e todas elas impenetráveis na terra adubada pelo amor. Ainda na adolescência o seu desejo do amor proibido – Mariana: uma imagem petrificante de uma deusa. Já no segundo talo da raiz, a paixão envolvente de uma belíssima aluna de colégio e, depois, o amparo de uma amiga, que na sua viuvez entendia perfeitamente o que se passava na cabeça de um homem apaixonado e solitário. Este livro começa com uma declaração simples das razões complexas, que a vida determina para o ser humano. Do ponto de vista do amor platônico, esforça-se, em primeiro lugar, por fazer compreender a interminável persistência do encontro com a pessoa amada e perfaz sem se concretizar o desejo de tê-la nos braços, eternamente, a consorte mais amada de sua vida. A história é muito bonita, a leitura é bastante agradável e a narrativa, que se desenrola numa atmosfera meio surrealista, é uma obra que acontece de forma imediata.

Na simplicidade da explanação do amor, de João pela sua Carolina, está a essência da vida. A força do romancista Antônio Pereira Santana reside no fato de ser ele um escritor independente das amarras literárias, onde as suas narrativas nascem com um ritmo todo especial, o que nos prende da primeira à última página, numa busca insana da personagem pela pessoa amada. Esse sensível romance deixa qualquer leitor emocionado.

Partindo quase sempre de uma situação natural, o leitor pode se enternecer com os entraves existentes entre um homem e uma mulher. Entretanto é preciso entender o sofrimento, o desencanto e os contratempos que o amor leva em sua bagagem de dores e amores. A vida para muitos não deve ter sido fácil e os ensinamentos aqui propostos pelo autor geram momentos de muita reflexão, de aceitação e de ordenança nos conceitos religiosos e políticos. Assim como a fé remove montanhas o amor move e comove o mundo. Parabéns, Antônio Pereira Santana, pela sua “Janela da Saudade”, onde há o eterno brilho do alvorecer no coração de quem ama. Parabéns e sucesso! 

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