Por que o dia 8 de março? Pois bem, tudo aconteceu quando houve a rebelião das mulheres-operárias em uma das fábricas de tecidos na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. O fato se deu no dia oito de março de 1857. As mulheres-operárias estavam reivindicando das empresas melhores salários, igualdade na carga diária de trabalho (pois as fábricas exigiam delas até 16 horas de trabalho por dia) e tratamento digno e respeitoso no seu ambiente de trabalho. Por isso, as mulheres-operárias uniram-se num só grito para pressionar os empresários americanos e sensibilizá-los com as suas autênticas reivindicações. Entretanto, nada disso adiantou, nem mesmo uma simples mudança para que pudesse alterar o desagradável quadro de degradação que elas vinham sofrendo, isso aconteceu.
Mas, inconformados com as constantes manifestações, os empresários iniciaram uma ofensiva contra as mulheres-operárias. Elas foram reprimidas com violência em virtude de suas intolerâncias. Em algumas fábricas verificaram diversas cenas de brutalidades contra as indefesas tecelãs. Em uma dessas repreensões, elas foram encarceradas dentro de um compartimento onde ocorrera um grave incêndio, supostamente criminoso, causando aproximadamente a morte de 130 bravas tecelãs.
Todas elas morreram carbonizadas, vítimas da crueldade humana, sem precedentes na história universal. Era o terror que assolava os pátios das fábricas, ameaçando também as outras mulheres-operárias de tal barbaridade.
O tempo dá um avanço no seu próprio eixo. Meio século depois. Durante uma conferência realizada na Dinamarca, no ano de 1910, em memória a mais de uma centena de vítimas do grande incêndio nos Estados Unidos, ficou decidido que o dia oito de março passaria a ser comemorado como sendo o miraculoso Dia Internacional da Mulher. Mas, devido as burocracias da imprestabilidade das leis, foi necessário esperar mais outro meio século para que a ONU – Organização das Nações Unidas viesse a cumprir a lei que criava o Dia Internacional da Mulher.
Agora, os fatos acontecidos naquele fatídico dia estão vivamente mais presentes na memória de cada povo. As Mulheres, em todas as ocasiões, vão conquistando o seu próprio espaço. Nomeadas em importantes cargos nas grandes empresas, sempre elas exercem com extrema competência e com responsabilidade inquestionável tudo que está sob o seu comando. Por isso mesmo, é preciso eliminar de uma vez por todas os preconceitos e também a desvalorização profissional que existem, por vezes, contra elas. Não podemos considerar um avanço social a criação da Lei Maria da Penha, mas ela existe para coibir a violência que ainda se pratica contra a Mulher indefesa. Fatos totalmente inadmissíveis para os tempos de hoje.
Não obstante a tragédia passada, a data de oito de março deve ser lembrada com bastante alegria. Isso não apenas para comemorar a grande vitória das mulheres operárias, mas para que a população possa realizar conferências, debates e reuniões com o objetivo único de valorizar, com decência e com respeito, o trabalho da minoria que na verdade se torna uma grande maioria. O que faz da maioria uma singela minoria é o silêncio, pois ele cria um vazio fúnebre e faz de tudo esquecer. O Dia Internacional da Mulher deve ser lembrado todos os “santos” dias e não tão somente neste oito de março.
Hoje, felizmente, já há uma proporcionalidade direta no conceito feminino, e não feminista, da Mulher: quanto mais fora do seu mundo, mais para dentro de si mesmo elas se encontram. Não se quer dizer com isso do avanço sobre outros espaços senão a conquista do seu próprio espaço, alocado num mundo moderno e muito mais humano. Disse Malherbe: Deus que se arrependeu de ter feito o homem nunca se arrependeu de ter feito a mulher.
Parabéns mulheres!