Dário Cotrim

Bodas de ouro

Publicado em 30/09/2022 às 23:29.

Eu e minha Júlia, casamos no dia nove de setembro de 1972, na pequenina Igreja do Bom Jesus, e o ato matrimonial teve como celebrante o saudoso padre Henrique Munaiz Pulg, o mesmo que, vinte e cinco anos depois solenizava às nossas “Bodas de Prata”. 

Hoje, nesta mesma Igreja, durante a missa em Rito Tridentina, no decorrer da homilia o padre Gledson Eduardo de Miranda Assis proferiu alguns comentários sobre o casamento em devotamento a mim e a minha Júlia, referindo-se aos cinquenta anos da nossa união conjugal. Estávamos e sempre estaremos felizes!  

Era preciso comemorar, na presença do Bom Jesus, a nossa imensa felicidade na construção de uma família cristã. Infelizmente o padre Henrique não pode interpor-se no altar, levando em conta que a sua presença foi apenas espiritual.

Aliás, tudo começou quando eu e minha Júlia, depois de seis meses de casados, arrumamos as nossas tralhas rumo à cidade do Rio de Janeiro. 

Era o ano de 1973, mês de março, depois do carnaval, folia que deixou a belíssima “Cidade Maravilhosa” ainda mais bonita. Levávamos em nossa envelhecida maleta apenas o necessário para as nossas necessidades, sempre na esperança de um dia voltarmos para cá, o mais rápido possível, para o convívio de nossos familiares, neste querido sertão norte-mineiro.  

Foi na agência do Banco do Brasil, metropolitana de São Cristóvão, que comecei a trabalhar para merecer a tão desejada independência financeira.  

O Banco do Brasil foi para nós uma escola de vida que, juntamente com o Colégio Tiradentes da Polícia Militar de Minas Gerais, formaram a nossa firme personalidade perante a sociedade em que vivemos, com os nossos filhos e noras e, agora, muito mais com os nossos queridos netos.  

Disse, certa vez, o ilustre jurista baiano, Rui Barbosa, que “...comecei honrando a memória de meu pai e espero acabar deixando honrada a minha”. Esse será o maior legado de nossas vidas para os nossos descendentes.

Depois de meio século, dividindo a mesma cama, só nos resta agora comemorar. Em razão disso e, na impossibilidade de convidar todos os que queremos bem, realizamos na Casa São Carlos o sonho de consumo daqueles que completam cinquenta anos de casados, a festa de nossas Bodas de Ouro.  

Tendo em vista a grandiosidade das nossas famílias, somente alguns amigos estiveram presentes, representando os milhares de amigos que fazem moradas em nossos corações. Os nossos estimados pais – Quias & Ida e Gasparino & Lia – não puderam estar presentes de modo físico, mas estiveram incorpóreos, orgulhosos e exultantes com a nossa plena felicidade.

Qual o segredo do sucesso conjugal? Nada mais do que o respeito, a renúncia e a compreensão, pois dias fáceis e dias difíceis fazem parte do conviver de todos os dias na vida dos casados. Remover arestas com tratamento digno e respeitoso é o caminho mais curto para o entendimento.  

Entretanto, asseguro-lhes com uma convicção inabalada, que, o mais importante na vida de um casal é a presença de Deus! Júlia, durante 50 anos nós construímos juntos a nossa felicidade e juntos entendemos que o amor supera todos os limites.  

Por isso e por tudo mais: Júlia, eu te amo muito! 

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