Dário Cotrim

As moedas do meu nome

Publicado em 12/07/2024 às 19:00.

O Brasil sempre se destacou na emissão de moedas, principalmente das edições comemorativas, pelo valor facial e pelo design inconfundível na criação de momentos relevantes de nossa história. As moedas bolhões são catalogadas pelos numismatas e tem a sua origem na Lídia (atual Turquia), no século VII a.C.

O numismático deve ser um curioso quando se trata de colecionar moedas, cédulas ou, ainda, qualquer outro objeto equivalente no complemento do seu desejo. A propósito, no meu caso à parte, devo dizer que as coincidências do meu nome com o dinheiro foi o bastante que eu pudesse me iniciar no mundo da numismática. Vejamos: a moeda de ouro “dárico” ou “dario”, (século IV a.C.) que foi uso comum no grande Império de Aquemênida, introduzida pelo rei Dario I, que tomou o Império Neobabilônico, após assassinar Belsazar, tem o mesmo nome que hoje se encontra no meu batistério. Conta-nos a história que uma grande parte dessas moedas de ouro fora derretida para a confecção de outras moedas, isso no ano de 330 a.C., por determinação de Alexandre, o Grande. Era por assim dizer, de uma presunção das vaidades entre os reis do tempo de antanho.

Por outro lado, a moeda bolhão “cotrim”, criada por D. Afonso V, rei de Portugal, e que foi cunhada em honra da família do fidalgo Lopo Martins Canas Cotrim, teve circulação normal em Portugal durante o período de 1438 – 1481. Portanto, essas duas relações, do dinheiro com o meu nome “Dário Cotrim”, foram sugestivas para que eu pudesse continuar com a coleção de dinheiro do meu saudoso pai. 

Assim, quer o “dárico” ou o “cotrim”, que possam caracterizar a compra ou a venda de um produto, sejam elas muito mais interessantes no colecionismo numismático do que em outras atividades paralelas. O meu pai, Ezequias Manoel Cotrim, fazia a sua coleção de cédulas, do padrão mil-réis, que foi por mim herdada no ano de 1968. O meu pai guardava a sua coleção numa caixinha de lenço, e hoje a tenho acondicionada em luxuosos álbuns de couro, sempre acompanhada de outras aquisições, já no decurso de cinquenta e seis anos. Todavia, é minha esperança que um membro da nossa família se manifeste o desejo de continuar, com a mesma tarefa aqui proposta, pois é significativo que este fato venha a acontecer.

Historicamente a arte de colecionar é uma peripécia intrigante e totalmente compensadora, haja vista que a ideia da criação da moeda bolhão, como objeto de troca, surgiu muito mais pela necessidade de se regular a permuta do escambo, do que mesmo como uma simples exposição de objetos amoedadas, para saciar o desejo de poder dos reis, tendo nelas as suas esfinges cunhadas para a eternidade. Na verdade, com relação às moedas eu sou apenas um ajuntador inveterado e nunca um colecionador. Para colecionar é preciso estudar, analisar, catalogar por época e pelos metais utilizados na sua concepção. Entretanto, com relação ao dinheiro de papel, o meu apreço é muito mais refinado, pois faço o estudo minucioso de cada espécie, catalogando-a e etiquetando-a em lugar próprio de cada álbum, sempre amparado nas informações dos manuais existentes no mercado. Em razão disso, eu posso me considerar um colecionador peremptório do dinheiro, ou seja, um numismático autentico, que é aquela pessoa apaixonada pela beleza das alegorias que ilustram espirituosamente o bufunfa, impresso em especial papel-moeda, com todas as suas inúmeras características de segurança, valores e precisão. Seja você também um colecionador! 

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