Dário Cotrim

A musa de João Duque

Publicado em 09/02/2024 às 20:05.

O que você imagina quando alguém lhe fala de poesia? Certamente que existe uma MUSA – Uma linda mulher que tem o poder da sedução e a força da inspiração na criação dos mais belos poemas de amor. Foi pensando assim que o poeta João Duque Nunes de Oliveira escreveu: “Tu que me inspira poesia/ que me dás sonhos eróticos e prazer/ és a Musa...”. Portanto, basta este pequeno texto para mostrar o quanto o livro “Musa”, de João Duque é rico de inspirações. Nele há uma linguagem poética perfeita e envolvente, carregada de emoções várias e erotismo sem limites. O mundo da poesia é maravilhoso. Seria impossível conhecê-lo apenas com a leitura de seus poemas. É preciso, depois, viajar na imaginação do poeta. 

Depois de um rápido giro pelo mundo da poesia, o autor nos convida ainda para uma viagem carregada de magia e animismo. João Duque é um estudioso das artes literárias, ele sabe dar força às palavras e, com isso, a sua poesia parece ter vida. Nesse sentido, prefaciando o livro, nos disse o saudoso acadêmico das letras, o escritor João Valle Maurício, que assim profetizou com muita propriedade: “O nosso Duque da Ponte, com a alma derramando de sensibilidade e a vida transbordando de problemas, foi possuído pela poesia, entrou em estado de fantasia, necessitou loucamente da rima, da métrica e do sentido. Sua alma chorou menina pedindo poesia e o João Duque fez poesia. Fez um livro”. Antes de tudo, revela-se dos bosquejos de João Duque que o amor é a fonte principal de suas composições literárias.

Sempre que o romantismo é articulado com paixão, quase sempre o poema se revela misterioso, aguçando mais ainda o interesse do leitor pela leitura do livro. Nesse contexto, João Duque é um poeta livre-pensador. Há, entretanto, uma relação de amor constante de seus escritos com os dos acadêmicos: Wanderlino Arruda, Edson Ferreira Andrade e, sobretudo, Antônio Felix. Por isso mesmo, pode-se dizer que do romantismo clássico para o modernismo sonhador foi apenas uma questão de tempo. Hoje, o poeta João Duque continua produzindo poemas extremamente românticos, com mais maturidade, é verdade, com mais qualidade e com muito mais amor.

Baseando-se no principio de que a literatura nasce da realidade, é fácil de entender os vários caminhos percorridos aqui pelo autor. De certa maneira, com a criatividade irreverente, ele mergulha na escrita crítica, satírica e nada menos no jeito da gozação quando escreve sobre a mulher “gorda” e a mulher “magra”. Essa linha de raciocínio corre paralelamente, atravessando os estilos e as formas de condutas, para, mais adiante, esbarra-se no preconceito dos sentimentos. Não há, contudo, a ideia de querer menosprezar os biótipos da raça humana. 

Na galeria dos poetas montes-clarenses, o jovem João Duque sempre ocupou um lugar de destaque. É esse poeta apaixonado pela sua musa que mastigava palavras, versos e trovas, uma fome interminável nalguma sombra rendada quando da conjugação do verbo amar. Um bom exemplo de sua atitude literária está eternizado no “Informativo Literário”, publicado semanalmente nos jornais de Montes Claros.

É-nos lícito dizer que o poeta João Duque não é marinheiro de primeira viagem. Ele tem publicado, além de “Musa”, os seguintes livros: “Pintando o Amor”, “Marcas de um Eterno Amor” e “A Gorda e a Magra”. Não se compreende porque o poeta João Duque não está presente em uma das Academias de Letras de Montes Claros e região. O tempo há de corrigir essa injustificável falha dos nossos literatos. 

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