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Submissão e adoração

Publicado em 07/08/2024 às 19:00.

Adoração é o reconhecimento de quem é Deus, seus atributos e suas perfeições. O mais significativo, portanto, é que Deus instrui claramente como deseja ser adorado.

O modo como Deus ordena a adoração ao seu nome é disciplinada por ele mesmo. Deus não quer ser adorado de um jeito diferente do que ele de fato ordenou. Nenhum de nós gosta de ganhar um presente que não gostamos. Se você receber de aniversário como presente algo que você detesta você certamente não ficará satisfeito. Assim também Deus não se satisfaz quando recebe algo que abomina. Como afirmou Boanerges Ribeiro, “o cumprimento de um ritual não basta para que haja culto. É imprescindível a aceitação, por Deus, do culto oferecido”. 

Em seu comentário ao profeta Malaquias, Augustus Nicodemus ponderou que “o culto a Deus é onde desembocam todas as faces da igreja. É onde desemboca o discipulado, a doutrina, aquilo que acreditamos sobre Deus e a igreja – todos esses aspectos são como vertentes que acabam desaguando no culto”. E então concluiu dizendo que “o culto é a expressão pública do que a igreja acredita sobre Deus, sobre si mesma e sobre a salvação”. 

Isaías 1.1-31 é contundente e não deixa nenhuma dúvida sobre o modo de o cristão se comportar diante da santidade de Deus e daquilo que o Senhor exige para que seja adorado. Muitos ainda insistem em colocar a sinceridade à frente da obediência, como se ser sincero evitasse a punição de Deus diante da desobediência. Uzá ficou registrado na história como alguém que teve intenções muito nobres, mas foi desobediente e a desobediência lhe custou a morte (1Cr 13.1-14).

Deus havia ordenado o jeito correto de transportar a arca da aliança. Ela não poderia ser tocada com as mãos, mas deveria ser traspassada por varas nas argolas laterais (Êx 25.12-15). Entretanto, Davi teve a ideia de inovar e levar a arca em um carro novo (1Cr 13.7). Todavia, os bois tropeçaram e a arca balançou para cair. Uzá, com sinceridade e nobre intento, segurou a arca. No mesmo instante, ele morreu. E a razão de sua morte foi descrita da seguinte forma: “A ira do Senhor acendeu-se contra Uzá, e ele o feriu por ter tocado na arca. Uzá morreu ali mesmo, diante de Deus” (1Cr 13.10). O livro de Samuel considerou a atitude de Uzá como “irreverência” (2Sm 6.7). A palavra para “irreverência” é ???? – sal, que significa exatamente falta de respeito às coisas sagradas.

Aprendemos na Escritura a respeito da importante relação entre submissão e conhecimento. A submissão proporciona um entendimento correto (Pv 1.7), mas a recusa a submeter-se só pode resultar em insensatez (Rm 1.18-32). O conhecimento que temos sobre Deus, revelado em sua Palavra, deve gerar em nós uma adoração sincera. O povo de Deus foi chamado a conhecê-lo. Em Êxodo 6.7, lemos: “Tomar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas do Egito”. É o próprio Deus quem diz que o seu povo “saberá” – saber no sentido experimental – que ele é Deus.

Ao saber quem é Deus (Sl 46.10), seu servo é chamado a adorá-lo. Adoração é o reconhecimento de quem é Deus, seus atributos e suas perfeições. O mais significativo, portanto, é que Deus instrui claramente como deseja ser adorado. O culto não deve ser conforme nossa imaginação, mas conforme o Senhor determina. As Escrituras nos ensinam que “Deus estabelece as condições para aceitar a adoração de homens. A ignorância dessas condições, ou sua violação, transforma o ritual em exercício unilateral enervante com sérias consequências para os participantes”.

Em Isaías 1.11-15, lemos que todas as ações dos israelitas estavam muito distantes daquilo que Deus exigia. O sentimento de Deus é abrasador: “Quando virdes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios?”. O Senhor afirma que não tem prazer com a adoração como a apresentavam. Adoração sem ordem determinada pelo Senhor é ofensa a Deus. Adorar a Deus sem os parâmetros que ele próprio determinou é rebeldia, é atrair a ira de Deus sobre nós, é apresentar “fogo estranho”, como fizeram Nadabe e Abiú (Lv 10.1-2).

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