A generosidade é uma consequência de um dos gomos do fruto do Espírito: a benignidade. Uma pessoa benigna é alguém que deseja fazer o bem ao próximo. Ele cultiva em seu coração o bem e o demonstra em suas relações. Jesus Cristo foi generoso, porque era benigno. Ele serviu, de coração, às pessoas: curou as enfermidades, alimentou os que tinham fome, chorou com quem estava aflito de alma, ensinou seus princípios, atendeu pecadores, ouviu, aconselhou e pastoreou. Jesus se entregou às pessoas nas coisas referentes a Deus. Cristo foi capaz de condoer-se, de ter compaixão das pessoas, em todas as coisas que as fazia fracas e insuficientes em si mesmas.
Cristo atendeu às misérias humanas. Ele entendia com simpatia e se identificava com elas. Ele não era um crítico ácido, um julgador sagaz, um cínico ou irônico das fraquezas humanas, não fazia muxoxo nem zombava dos erros das pessoas, mas se compadecia. Ele se relacionava com as pessoas com amor.
A Lei do Senhor nos ordena a nos relacionarmos com as pessoas: devemos respeitar aqueles que são autoridade sobre nós (“Honra teu pai e tua mãe”); devemos cultivar e valorizar a vida do nosso próximo (“Não matarás”); devemos ser fieis em nossos relacionamentos conjugais (“Não adulterarás”); devemos zelar pelas propriedades e bens dos outros (“Não furtarás”); devemos dizer a verdade sobre as pessoas e não permitir que elas sejam depreciadas (“Não dirás falso testemunho”); e devemos nos alegrar com todos os bens e com a prosperidade material do nosso próximo (“Não cobiçarás”).
O Senhor Jesus resumiu todos esses mandamentos em “amar o próximo como a si mesmo” – esse é o “segundo” mandamento (Mt 22.37-39). Cristo nos ensinou a amar as pessoas. Ele mesmo fez isso. Ele era compassivo. Ele se dedicava a ouvir e acolher.
Portanto, todos aqueles que desejam ser como Cristo devem também ouvir, acolher e amar as pessoas. Por isso, o escritor dos Provérbios diz assim: “O que despreza o próximo é falto de senso, mas o homem prudente, este se cala” (Pv 11.12). Uma pessoa a quem falta “senso” é uma pessoa “destituída de coração”. Este é o sentido no texto de Provérbios: uma pessoa “sem coração”. Uma pessoa “sem coração” é alguém insensível, sem misericórdia, sem afeição. Aquele a quem falta o coração nunca percebe a necessidade do próximo. Ele passa “de largo”, como o levita e o sacerdote no caso do homem caído à beira do caminho (Lc 10.25-37). Aquele que tem coração age como o samaritano: “Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele” (Lc 10.33-34).
Observe que a generosidade desse samaritano para com o homem foi demonstrada não apenas por um sentimento – “compadeceu-se dele” –, mas por atitudes que confirmaram seu coração generoso: “cuidou dos ferimentos, levou o homem para o hospital e tratou dele”. Além disso, pagou as despesas e se preocupou com ele no futuro (Lc 10.35).
Assim agem as pessoas de “bom coração”. Elas são compassivas, generosas e jamais despreza o seu próximo. Em seus corações, há benignidade. Elas são promotoras do bem e de benefícios para os outros. Elas cuidam, protegem e buscam sempre o melhor para o próximo.
Por isso, o homem prudente não despreza, não usa seus lábios para maldizer, para julgar, mas se cala, cuidando de observar e fazer o que é bom em benefício do próximo. Sejamos sempre generosos e amantes do bem!
Soli Deo Gloria!