Relacionar-se profunda e intimamente com Cristo deve ser o primeiro desejo de toda pessoa. “O temor do Senhor é o princípio do saber” (Pv 1.7) e “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e sua justiça” (Mt 6.33) . Todos os relacionamentos são importantes para o ser humano, porque Deus nos criou como seres pessoais e, portanto, relacionais. Devemos cultivar bons relacionamentos com as pessoas.
Todavia, o relacionamento com Cristo é algo muito mais sério, pois implica sempre uma condição para vida ou para morte, uma vez que estar apegado a Cristo significa um caminho seguro para a vida eterna, mas afastar-se dele significa morte.
A condição pecaminosa do homem destruiu nele toda capacidade de buscar ao Senhor. Ao contrário, o homem tornou-se inimigo de Deus, porque o seu coração se inclinou para o que é mal desde o começo.
“Não há um justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus... não há temor de Deus diante de seus olhos” (Rm 3.10-18). A condição do homem sem temor de Deus é desesperadora. Tentar viver sem Cristo é transformar a vida em inutilidade e deserto. Paulo nos disse que, fora de Cristo, nossa condição era “separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.12).
Embora a graça de Deus produza em algumas pessoas certas virtudes, elas não são características da genuína obra do Espírito Santo no coração e, por isso, não podem salvar o homem de seus pecados e do inferno. Talvez dê a elas apenas uma falsa impressão de bem-estar (Pv 1.32). Vivem indiferentes a Cristo e pensam estar bem.
Às vezes, prosperam financeiramente, não têm doenças, não se cansam com a correria do dia a dia como a maioria das pessoas, contudo, o fim delas será a destruição (Sl 73.18). De repente, aquela condição aparentemente agradável torna-se um inferno (Sl 73.19).
Portanto, somente um relacionamento profundo e íntimo com Cristo pode salvar a pessoa de seus pecados e levá-la para a vida eterna. Por isso, as Escrituras estão repletas de chamados para que tenhamos um relacionamento íntimo com o Senhor. Ele é a videira, Deus o Pai é o agricultor, e nós somos os ramos (Jo 15.1).
E Cristo nos disse que um ramo só pode ser frutífero se permanecer ligado à videira (Jo 15.4). Por isso, “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5).
O pecado, porém, insiste em produzir em nós autossuficiência e autonomia. Desejamos ser deuses e definir nosso próprio caminho. Esquecemo-nos, porém, de que são os néscios e loucos que rejeitam o conselho do Senhor (Pv 1.25), detestam o conhecimento de Cristo (Pv 1.29), ignoram completamente a repreensão do Senhor (Pv 1.30), porque insistem em andar em seus próprios caminhos.
Contudo, “nem sabem eles em que tropeçam” (Pv 4.19). Andam na escuridão de seus raciocínios inúteis e corações insensatos (Rm 1.21). Tornaram-se loucos, ainda que se autodenominem sábios (Rm 1.22).
Os Provérbios nos chamam para outra vida: a de um relacionamento profundo e íntimo com a verdadeira Sabedoria, que está oculta em Cristo – “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2.3).
Um coração sábio busca Cristo, porque deseja extrair dele toda seiva para viver. Cristo é quem nos concede prudência, inteligência e conhecimento. É ele que nos faz andar seguros, sem temer o mal (Pv 1.33). Devemos pedir a Deus que nos dê corações mansos e ensináveis.
Os arrogantes não herdarão as bênçãos de Deus, não entrarão nos céus, porque pensam poder construir seus próprios destinos e agir, desse modo, marginalmente à instrução do Senhor (1Co 6.9-10).
Os sábios, ao contrário, buscam na Palavra de Deus o verdadeiro alimento para a salvação. Eles não se apartam da instrução do Senhor. Colocam-na como um diadema sobre a cabeça e um colar no pescoço (Pv 1.9).
Por aonde vão, levam consigo a Palavra de Cristo no coração, porque eles sabem que Cristo lhes é o melhor amigo para todo sempre.