Wendell Lessawendell_lessa@yahoo.com.br

Quando o amor não é suficiente

Publicado em 30/11/2022 às 22:02.

Embora o amor seja ovacionado por muitos como o sentimento que tudo resolve, ele não é suficiente para tudo. O amor é de fato sublime.  O apóstolo Paulo escreveu que, para o cristão, o amor é mais persistente que a fé e a esperança, pois estes passarão, mas o amor resistirá. Ele ainda afirma que todas as nossas boas atitudes, se desprovidas de amor, não resultarão em glória.  

Entretanto, o amor precisa de seus complementos. Sozinho, ele não consegue sobreviver à falsidade dos demais sentimentos humanos. As lacunas do coração exigem outros alicerces a fim de que o amor possa frutificar. 

Na Ásia Menor, no primeiro século d.C., irmãos da igreja cristã em Tiatira receberam uma clara revelação vinda da parte de Jesus Cristo afirmando que o amor era uma marca fundamental e crescente no meio deles.  

Além do amor, eles demonstravam fé genuína no Senhor Jesus, eram trabalhadores na obra do evangelho e perseverantes em meio às perseguições religiosas que constantemente sofriam. 

Tiatira era uma cidade que abrigava diversos sindicatos de várias associações de comerciantes. Havia artesãos, vendedores de tecidos finos, fabricantes de joias dentre outras profissões. A fim de sobreviverem aos impostos do Império Romano, eles criavam sindicatos.  

O problema é que esses sindicatos eram também religiosos. Cada um deles adorava uma entidade divina específica que era louvada como sendo responsável pelo sucesso daquela agremiação. 

Assim, os cristãos que pertenciam a essas agremiações por necessidade comercial, eram obrigados a também adorar esses deuses pagãos. E isso, naturalmente, era um grave problema.

Entre esses irmãos, havia uma mulher, denominada Jezabel, semelhante em atitudes à Jezabel do Antigo Testamento – que foi mulher do mau governante de Israel, Acabe, e que desafiou levianamente o profeta Elias, mandou matar profetas de Deus, e levou o povo de Israel a se prostituir espiritual e fisicamente nos cultos pagãos.  

Essa mulher ensinava que não havia nenhuma contradição entre servir a Deus nos cultos cristãos e servir aos deuses pagãos nas festas promovidas pelos sindicatos. Ela ensinava o sincretismo religioso e o ecumenismo que, no fundo, são apenas outros nomes para a idolatria.

Jesus Cristo condenou as atitudes dessa mulher. Ele ordenou que os crentes de Tiatira não se envolvessem com ela e que permanecessem firmes na verdade.  

E aqui está o outro alicerce que deve estar sempre associado ao amor: a verdade. O amor sem a verdade produz perigoso fanatismo religioso; e a verdade sem o amor produz a insensível aridez doutrinária.  

“A verdade em amor”, ensinou o apóstolo Paulo. Esses alicerces não podem se dissociar. Enquanto na igreja em Éfeso a doutrina estava em alta e o amor se esfriando, em Tiatira o amor era louvado enquanto a verdade doutrinária estava perecendo. Uma igreja saudável cultiva a verdade e o amor. 

Em nossos dias, portanto, precisamos resgatar esses dois alicerces. Aqueles que advogam que o amor venceu devem, contudo, indagar se esse amor está associado à verdade.  

Porque, se o amor estiver apenas usurpando o lugar da verdade, sob a desculpa de ser uma oposição ao ódio, isso é apenas uma perigosa falácia que só nos levará a mais desamor.  

O amor só produz bons frutos quando associado à verdade. Sem a verdade, os frutos são podres. O amor associado à verdade é aquele amor que não negocia princípios em nome de uma suposta boa vizinhança, mas em parceria com o erro. 

“O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade” (1 Coríntios 13.6-7) , escreveu o apóstolo Paulo. “Aquele que me ama, guarda os meus mandamentos” (João 14.21), ensinou Jesus Cristo.  

Portanto, o verdadeiro amor se revela na obediência aos mandamentos, no cultivo e na defesa da verdade. Sozinho, o amor não é suficiente.

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