A todo-poderosa operação de Deus sobre as vidas humanas sustenta cada uma de nossas ações e dispõe tudo o que fazemos e pensamos – ainda que neguemos essa verdade ou a ignoremos por indiferença ou incredulidade.
A Bíblia afirma que é Deus “quem efetua em nós tanto o querer quanto o realizar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2.13), pois dependemos completamente de seu domínio e controle sobre todas as coisas, conforme os próprios poetas antigos cantavam: “nele nos movemos e existimos” (Atos 17.28).
Muitos há que tentam viver como se Deus não existisse – que chamamos de ateísmo prático – e chegam a blasfemar contra aqueles que temem a Deus ou até mesmo do próprio Senhor, negando teoricamente sua existência – que chamamos de ateísmo teórico (Salmos 14.1).
O humanismo secular e as filosofias existencialistas ateístas e materialistas tentaram matar Deus por meio da ciência e da razão, mas apenas revelaram que, a cada suposta evolução humana, males ainda maiores surgiam entre as pessoas. Foi no auge da nascimento das ciências positivas e da racionalidade que milhares de judeus foram mortos e outros milhares de cristãos assassinados por regimes totalitários.
A rejeição a Deus, portanto, seja prática ou teoricamente, não muda nada o estado depravado do homem e sua inimizade para com o Senhor; pelo contrário, rejeitar o governo do Senhor agrava ainda mais a condição depravada do ser humano e impõe contra ele diversas sanções da parte de Deus.
O apóstolo Paulo afirma que Deus entrega os seres humanos a terríveis depravações a ponto de se tornarem como irracionais e se assemelharem em suas atitudes a animais brutos (Romanos 1.28-32; Salmos 14.3).
O crente, ao contrário, aquele que entende o governo de Deus sobre sua vida e professa a genuína fé que somente o Senhor pode implantar no coração do ser humano, reconhece que somente Deus é Senhor de sua vida e de todas as suas escolhas e ações.
Ele o ama de todo coração (Salmos 18.1) e sabe que Deus é seu amparo eterno e também sua força (Salmos 18.2). Por isso, ele louva ao Senhor, que o aconselha todos os dias de sua vida (Salmos 16.7). Sabe que nenhum dos seus passos pode ser dado sem que Deus mesmo os dirija completamente (Salmos 23.3b).
Não como uma marionete sem qualquer decisão própria, mas como um servo fiel que obedece ao seu Senhor com coração grato por todo cuidado que lhe é oferecido diariamente.
No seu dia-a-dia, o verdadeiro crente experimenta as mais diversas manifestações da presença de Deus e dá graças ao Senhor, ainda que tais momentos sejam, circunstancialmente, tristes.
Ele sabe que o seu consolo vem do Senhor (Salmos 121.1). Sabe que Deus é o único refúgio (Salmos 46.1). Sabe que ainda que terra se transtorne e os montes se estremeçam, Deus não o abandonará (Salmos 46.12,3).
Mesmo que homens maus se levantem contra ele para feri-lo, Deus estará com ele (Salmos 27.1-3). Ainda que a morte, o último dos inimigos, venha, sombriamente, e roube a alegria do rosto, o consolo eterno do Senhor se faz presente, trazendo a esperança da ressurreição e da vitória final aos corações crentes (Salmos 23.4; João 11.25,26; Romanos 8.38,39; Hebreus 4.9; Apocalipse 21.1-4).
Assim, o Senhor é a única esperança do crente. “Se temos de perder família, bens, prazer, se tudo se acabar e a morte enfim chegar, com ele reinaremos” (Hino 155, Castelo Forte, de Martinho Lutero). O Senhor é a nossa força.
Portanto, devemos buscá-lo continuamente, como nos ensinou o profeta Oseias (6.3). Precisamos nos revestir com o seu poder, a fim de vivermos nossa vida com os olhos esperançosos, mirando a verdadeira alegria e a única esperança (Filipenses 6.10-18).
Que em 2023 possamos reconhecer o Senhor como nossa única força, depositar nele toda nossa esperança e confiar nele para todas as nossas decisões!
Ainda que passemos por tribulações, confiantes na força de quem tudo pode certamente alcançaremos vitórias incomensuráveis.
Não tenha medo de crer.
A fé robusta é exatamente aquela que crê contra as circunstâncias e segue adiante, por entre montes ou vales.
Um feliz 2023!