O que podemos aprender:
1. A fidelidade nos faz confiar em Deus
Para alguém ser fiel passando até pela morte será necessário ter convicção. Ninguém morre por algo em que não acredita (Fp 1.21). Em Hebreus 11.17-29 (leia atentamente esse texto), vemos que Abraão, Isaque, Jacó, José e Moisés foram homens como nós, pecadores, sujeitos aos mais diversos pecados e às mais terríveis tentações e privações temporais. Eles foram humilhados pelas condições físicas (a esterilidade de Sara e Rebeca), por condições familiares (a disputa entre Esaú e Jacó, já no ventre de Rebeca, e José e seus irmãos), por condições sociais (José e Moisés), por restrições legais (José preso, Moisés ao matar o egípcio) e tantas outras situações desfavoráveis. Mas, não obstante as inúmeras circunstâncias inesperadas e as imensas restrições, eles criam na promessa do Senhor de fazer, desde Abraão, um grande povo, uma numerosa nação, uma igreja santa e pura para ser o lugar no qual Deus haveria de demonstrar, com força máxima, sua imensa graça e seu sublime poder. Essa crença os fazia fieis ao Senhor.
Todas essas pessoas criam no que o escritor aos Hebreus escreveu em 11.16: “ aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial”. Quando as pessoas (1) creem no Senhor e colocam os seus olhos e os seus corações no lugar certo – ou seja, na pátria superior, nos céus, na morada que nos está sendo preparada por Jesus – abrindo mão dos prazeres transitórios do pecado, e (2) consideram a vergonha pela qual Jesus Cristo passou para salvá-las de seus pecados, então elas recebem a recompensa de sua fé. Esse é o preço de ser fiel.
Então a fidelidade nos diz que não devemos retroceder. Não devemos duvidar das promessas. Deus é imutável e fará cumprir cada detalhe em nossa vida (Sl 119.16; Mt 10.29-30). O cristão fiel ama a lealdade de Deus e o louva por isso (Sl 36.5; 40.10; 89.5; 92.2).
2. A fidelidade nos faz leais a Deus e às pessoas
A fidelidade também nos faz leais ao nosso Senhor e às pessoas. Os dez mandamentos nos dizem isto: olhamos para Deus (do 1º ao 4º mandamento) e para as pessoas (do 5º ao 10º). Se formos leais a Deus e obedecermos a ele, seremos confiáveis também para as pessoas. Nossos pecados relacionais com as pessoas são antes pecados contra Deus. Se um marido não é fiel à sua esposa, ele não está sendo fiel a Deus primeiramente (Sl 51.4 – observe que Davi reconheceu que o adultério com Bate-Seba foi agressivo primeiramente a Deus). Quem ama a Deus amará também às pessoas. Esse é o argumento de 1João utilizando o exemplo de infidelidade de Caim (1Jo 3.11-12).
João nos ensina que se nós dissermos que amamos a Deus, mas não amarmos as pessoas, somos mentirosos e tentamos enganar a Deus, como fez Caim, e enganamos a nós mesmos, produzindo ressentimento no coração. Jonathan Edwards escreveu assim: “Se fizermos uma grande exibição de respeito e amor para com Deus, nas ações externas, enquanto não há sinceridade no coração, isso não passa de hipocrisia e mentira prática contra o Santo”. Caim tentou montar uma cena de sinceridade e amor, mas o seu coração pecaminoso e maligno revelou qual era de fato sua intenção: impressionar Deus e os outros. Mas, Deus não se sensibiliza com ações externas distanciadas de um coração puro (Sl 51.6,16,17).
Então, um cristão fiel será sempre leal a Deus e às pessoas. Ele buscará amar de Deus de todo o coração, alma, força e entendimento e ao próximo como a si mesmo (Mt 22.36-40). Ele será ético e justo, será misericordioso e humilde (Mq 6.8). Deus requer de nós que sejamos fieis (1Co 4.2). Deus abomina a infidelidade e a pune exemplarmente (Os 2.10-13). Não há salvação para os que forem infieis (Hb 6.4-8; 10.26-31; Ap 22.15).