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Wendell Lessawendell_lessa@yahoo.com.br

O Apocalipse

Publicado em 28/08/2024 às 19:00.

Todavia, apesar de ser denominado “revelação”, Apocalipse não parece concretizar o que seu título promete, porque, em geral, o texto confunde os seus leitores com toda sua simbologia.

Havia vários outros tipos de literatura apocalíptica no judaísmo. Em geral, a principal característica desse gênero apocalíptico, que é um subgênero do escrito visionário, que, por sua vez, é subgênero da fantasia, é a “predição” do reino futuro, ou o caráter escatológico, dualista entre o mundo atual, marcado pelo pecado e pela rebeldia contra Deus, a existência e atuação do mal, e o mundo futuro, por outro lado, no qual Deus estabelecerá o seu reino definitivamente.

Diferentemente das profecias, que geralmente apontavam para uma mudança no mundo presente a partir da chamada ao arrependimento do pecado e da rebeldia contra Deus, o gênero apocalíptico apresenta a ideia de um juízo definitivo da parte de Deus, a derrota do mal, a separação final entre justos e ímpios, e o estabelecimento de uma nova criação ou um novo mundo. É nesse último exemplo que se insere o Apocalipse de João.

O Apocalipse de João é, estética e espiritualmente, um dos mais belos e ricos dos textos das Escrituras. Cremos que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para educar na justiça” (2Tm 3.16), mas isso não implica negar que haja estilos literários mais esteticamente belos e complexos que outros.

Essa distinção da beleza e da complexidade do Apocalipse de João consiste basicamente de seu estilo literário singular, seus múltiplos arranjos simbólicos e cálculos numéricos, dos vários contrastes entre as imagens desenhadas na narrativa e das comparações que permeiam todo o livro, a partir de um conjunto de imagens fantásticas, como anjos e demônios, dragões, bestas; a existência de cenários cósmicos, como a totalidade do universo, céu, mar, e forças naturais personificadas; simbolismos de cores e números, dentre outras imagens.

O nome do livro é tomado de sua primeira palavra: apokalypsis que significa “aquilo que está sendo revelado”. Trata-se de manifestar o que está oculto, mas existe, e que será, em devido tempo, claramente mostrado. Assemelha-se a algo de imenso e inestimável valor que esteve trancafiado em um cofre, mas que será, no tempo certo, aberto e amplamente revelado, será tornado público a todos.

Todavia, apesar de ser denominado “revelação”, Apocalipse não parece concretizar o que seu título promete, porque, em geral, o texto confunde os seus leitores com toda sua simbologia. Além disso, parece haver, infelizmente, uma propaganda negativa por parte de alguns líderes religiosos que fazem questão de obscurecer os sentidos do texto, oferecendo uma leitura ainda mais enigmática e subliminar. Supomos que boa parte desses líderes ou não compreenderam de fato o verdadeiro evangelho do Senhor Jesus Cristo ou querem causar algum tipo de suspense nas mentes dos seus seguidores. Talvez até mesmo intencionem imprimir nas pessoas alguma sensação de medo ou dar a ideia de que o texto só pode ser interpretado por aqueles que recebem uma revelação sobrenaturalmente específica.

A verdade, não obstante, é que o livro do Apocalipse apresenta uma mensagem clara, deslumbrante e confortadora, que revela todo o cuidado de Jesus Cristo para com seu povo, a sua igreja, por todas as gerações. Essa mensagem pode ser resumida em dois pontos:

Jesus Cristo, que é Rei sobre todas as coisas e domina sobre tudo, venceu o pecado (Babilônia), Satanás (o dragão), a morte e o inferno.

Portanto:

Todo aquele que está em Jesus Cristo, Senhor e Salvador, se torna igualmente vencedor sobre os encantos do pecado (Babilônia), Satanás, a morte e o inferno.

Então, se é verdade o que está revelado no Apocalipse, e nós cremos que é verdade, o povo do Senhor Jesus Cristo, a sua igreja, em todas as épocas, incluindo aqueles do Antigo Testamento que creram na promessa da vinda do Messias, pode descansar seguro, porque a vitória sobre o mal está definitivamente conquistada. De fato, “as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja” (Mt 16.18).

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