Wendell Lessawendell_lessa@yahoo.com.br

Nunca ensine ou espalhe mentiras (Provérbios 13.17)

Publicado em 29/03/2023 às 21:28.

O ensino é poderoso para moldar as pessoas. Os pais, por exemplo, devem se ocupar com o ensino de seus filhos: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-se, e ao levantar-se. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (Dt 6.6-9). 

O Senhor prescreveu vários aspectos do bom ensino: conteúdo, frequência e metodologia. O conteúdo é o conhecimento do próprio Deus e de suas obras: seu ser e os aspectos de sua atuação no mundo. Conhecer a Deus é a razão de todo nosso conhecimento. Não há outro conhecimento mais importante para o ser humano do que o conhecimento de Deus. É por meio do conhecimento de Deus que conhecemos a nós mesmos, porque ele é o nosso Criador. 

Devemos, portanto, conhecer ao Senhor no limite que ele se revela a nós. E como o Senhor se revela? Por meio das coisas criadas e por sua Palavra (sua Lei). Por essa razão, os pais devem ensinar seus filhos a ver o poder soberano de Deus na criação e seus preceitos em sua Palavra. Por quanto tempo os pais devem investir na educação de seus filhos? Todos os dias. Onde? Em todo lugar: assentado em casa, andando pelo caminho, ao final do dia, ao dormir, no amanhecer, ao se levantar. Em todo tempo, é tempo de aprender a respeito de Deus e suas obras. Os pais devem ser conscientes de que seu ministério nesse mundo é educar seus filhos conforme o conhecimento do Senhor. 

As Escrituras não desprezam outro tipo de conhecimento, mas claramente colocam o conhecimento de Deus acima de qualquer outro conhecimento. Podemos desejar que nossos filhos aprendam a medicina, o direito, as letras, as medidas e a arquitetura. Todavia, nenhum desses conhecimentos supera o conhecimento a respeito de Deus. Todos esses conhecimentos alienados de Deus tornam-se inúteis. Por outro lado, quando esses conhecimentos são considerados à luz do verdadeiro conhecimento, há vida. Por isso, as Escrituras insistem que devemos ensinar somente a verdade, porque a verdade é o próprio Deus. 

O falso ensino sempre produzirá o engano e o afastamento de Deus, que é a verdade. Os apóstolos lidavam com o falso ensino e sempre reagiam contra ele. Eles sempre insistiram no fato de que devemos nos fixar à verdade que vem do Senhor em sua Palavra. Paulo, por exemplo, chamou os falsos mestres de “espíritos enganadores”, “hipócritas” e que “falam mentiras” (1Tm 4.2); eles são “insubordinados, palradores frívolos e enganadores” (Tt 1.10), “sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos” (Tt 1.12). Pedro afirmou que os falsos mestres são “atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores” (2Pe 2.10). Judas afirmou que os falsos mestres são “dissimulados”, “movidos por ganância”, “ondas bravias do mar, que espumam suas próprias sujidades” (Jd 4,11,13). 

Todos aqueles que ensinam e espalham mentiras são falsos mestres. Eles visam enganar as pessoas e levá-las para longe de Deus. Qualquer conhecimento, portanto, que anteriormente não se submeta ao conhecimento de Deus e que ensine aquilo que é contrário ao que está na Palavra de Deus deve ser considerado conhecimento inútil e mentiroso. Nenhuma filosofia ou psicologia, nenhum interpretação a respeito do homem ou qualquer outra conclusão da ciência pode arrogar para si verdade se antes não for justificada pela teologia, como revelação da verdade de Deus para o ser humano. 

Por isso, o escritor dos Provérbios escreveu: “O mau mensageiro se precipita no mal, mas o embaixador fiel é medicina” (Pv 13.17). A verdadeira cura vem da verdade. Ensinar e espalhar mentiras só produz o mal. Um conhecimento falso só produzirá mentiras e essas, por sua vez, levarão a pessoa à ruína. Uma filosofia falsa, uma compreensão errada do ser humano, um entendimento fingido a respeito de Deus levarão o ser humano que acredita nessas mentiras à destruição. 

Por isso mesmo, não é incomum vermos mais e mais pessoas sendo arrastadas para todos os tipos de promessas falsas, soluções imediatas, mas que não conseguem resolver seu problema real. Inúmeras teorias tentam solucionar as dificuldades, mas os problemas permanecem e se avolumam. A razão é simples: todo conhecimento humano sem Deus é loucura. O homem, quando alienado de Deus, não poderá entender o próprio homem. As soluções serão sempre placebos. Nunca haverá verdadeira satisfação. Ao contrário, o falso ensino causará ainda mais decepções. 

Todo e qualquer ensino, portanto, deve se submeter a Cristo, que é a própria verdade encarnada e revelada por Deus o Pai. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu que, em Cristo, “estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2.3). Devemos, portanto, conhecê-lo mais e mais a fim de nosso ensino seja sempre verdadeiro e frutífero. 

Soli Deo Gloria!

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