Wendell Lessawendell_lessa@yahoo.com.br

Dominando o coração - Parte 2

Publicado em 11/10/2023 às 19:28.

Tudo o que vou escrever aqui você encontrará nele com profundidade singular. Jonathan Edwards afirma que “o pecado consiste sobremodo na dureza do coração e, portanto, na carência de afeições piedosas do coração” (Leia Jr 17.9; Lc 6.45). A dureza do coração reflete um coração “indiferente, difícil de emocionar-se com afeições virtuosas, é como uma pedra, insensível, rude, impassível e difícil de impressionar”. O coração que não é dominado pela graça de Jesus, não é implodido e refeito pelo Espírito não pode agradar a Deus. É um coração desprovido de afeições piedosas e, portanto, não pode ser controlado (2Tm 3.3).

A cegueira de nossos olhos é fruto de um coração insensível. Jonathan Edwards escreveu assim: “O motivo por que as pessoas não são afetadas por essas coisas infinitamente grandiosas, importantes, cheias de glória e maravilhosas, quando muitas vezes ouvem e leem sobre elas na Palavra de Deus, é sem dúvida sua cegueira. Se não fossem cegas, seria impossível e incompatível com a natureza humana o coração delas reagir de outro modo, sem se impressionar nem se emocionar de modo poderoso e grandioso com tais coisas”.

Louvado seja o nosso Senhor, nosso Redentor, porque fez com que o coração cristão, ao contrário, fosse ensinável, dócil, de onde fluem amor e afeições santas. É um coração terno, de onde derramam “ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Cl 3.12). Edwards diz que “por que temos de ser como crianças para entrar no reino de Deus, que tenhamos o coração brando, fácil de se sensibilizar e se comover com as coisas espirituais e divinas, assim como as criancinhas o têm nas outras coisas”.

Um cristão piedoso exercita as afeições piedosas. Ele luta contra o pecado que o assedia e resolve em sua mente e coração viver para a obediência por fé no Senhor (Rm 1.5). É necessário ter um coração dotado de fervorosa afeição, transbordante da luz no conhecimento de Cristo, fortalecido com todo o poder que vem do Senhor, grato pela obra redentora de Jesus e pelo preenchimento abundante do Espírito (Cl 1.9-12 – faça essa oração por você mesmo. Ore alguns dias por isso. Todos os dias, ao levantar-se, faça essa oração. Deus o abençoará.).

O domínio próprio conduz a pessoa à produção de novos hábitos, agora santos, sóbrios, equilibrados e sem excessos, virtudes que frutificam em todo o tempo. Jonathan Edwards afirmou que “nenhuma luz do entendimento será boa se não produzir afeições santas no coração; nenhum hábito ou princípio no coração será bom se não produzir tal exercício; assim também nenhum fruto exterior será bom se não resultar desses exercícios”.

O apóstolo Paulo disse que devemos exercitar a nossa salvação, desenvolvendo-a com temor e tremor diante de Deus, sabendo que é Deus mesmo quem opera em nós para desejarmos a mudança de nosso coração. O alvo de um coração crente transformado e piedoso é ser irrepreensível e sincero (sem corrupções, dúvidas de fé, ambiguidades, duplicidades) e inculpável (porque a dívida foi totalmente paga por Jesus) no meio de uma época perversa e corrupta. Devemos resplandecer como luzeiros no mundo (Fp 2.12-15).

O caminho para sermos espiritualmente produtivos é “retermos a palavra da vida” (Fp 2.16). A palavra de Cristo produz em nós vitalidade para construirmos hábitos santos. Quanto mais nos alimentamos nela, mais somos fortalecidos com o poder de Deus para operar eficazmente em nosso coração. “ quando a sabedoria entrar no nosso coração, e o conhecimento for agradável à nossa alma, o bom siso nos guardará e a inteligência nos conservará; para nos afastar do mau caminho e do homem que fala coisas perversas ” (Pv 2.10-12).

Um coração piedoso e dominado pelo Espírito sabe dominar seus desejos profundos e produzir perdão em vez de ira e animosidade (Pv 12.16; 15.1). Ele suporta as falhas dos irmãos e os trata com respeito e carinho (Cl 3.13). Ele busca a paz sempre e confia que Cristo estabelecerá o juízo sobre as demandas de sua vida (Cl 3.15). Um coração dominado pela graça de Cristo, cheia da sua palavra, sabe instruir, aconselhar e admoestar com sabedoria e piedade (Cl 3.16).

Dominar-se não é uma tarefa simples. Depende de nossa relação com o Senhor, em Cristo e no Espírito Santo. Um cristão cheio do Espírito saberá o momento de cada resposta, de cada decisão. Ele descansa no poder de Deus para sua vida e não se exaspera nem se ressente. Suas emoções são controladas espiritualmente e ele vive pensando em como produzir novos frutos de justiça e piedade, a fim de que, por sua nova vida – seu novo ethos –, pessoas sejam impactadas em seus corações para viverem de modo santo, justo e piedoso na presença do Senhor.

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