Wendell Lessawendell_lessa@yahoo.com.br

Doe generosamente (Provérbios 11.24-26)

Publicado em 15/03/2023 às 20:30.

Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou que é muito melhor dar do que receber, porque aquele que oferece o que tem ao necessitado é muito mais feliz (At 20.35). O apóstolo Paulo, falando aos líderes de Éfeso, lembrou-lhes de que é tarefa como cristãos socorrer os necessitados. Contudo, em razão do pecado remanescente, nossa tendência é, quase sempre, inverter isso e sempre desejar mais ter do que doar. Queremos sempre mais para nós do que para os outros. O que importa é eu estar bem. O raciocínio é: se sobrar, então começo a pensar no outro. Contudo, não é esse o ensino das Escrituras. 

A Palavra de Deus nos ensina que devemos ser generosos com o nosso próximo. Não devemos colocar nosso coração nos bens materiais e ajuntá-los como se eles fossem nossa própria salvação. Ao contrário, devemos ser bons administradores dos recursos que Deus nos concede e generosos para com as pessoas, especialmente os necessitados e os da “família da fé” (Gl 6.10). A generosidade é uma marca do verdadeiro cristão. Ela é fruto da benignidade, que é a característica de quem deseja o bem do outro e procura fazer o possível para benefício do próximo. Uma pessoa generosa dispõe seu coração sempre em favor de seu próximo, ainda que isso possa resultar em algum prejuízo para si mesmo. 

O apóstolo Paulo nos ensinou isso ao relatar seu dilema entre “partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” ou “permanecer na carne” (Fp 1.23-24). A decisão de “permanecer” tinha uma razão altruísta, movida pela generosidade: “por vossa causa” (Fp 1.24a). Paulo considerava que o viver para o próximo (no caso, os crentes em Filipos) era uma razão fundamental para permanecer neste mundo. Ele entendia que sua vida só valeria a pena se de fato ela pudesse contribuir para o progresso e para a saúde espiritual dos filipenses. 

O escritor dos Provérbios também nos ensina a sermos generosos. Ele nos diz: “A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado. Ao que retém o trigo, o povo o amaldiçoa, mas bênção haverá sobre a cabeça do seu vendedor” (Pv 11.24-26). Há vários aspectos aqui que podem ser considerados. Observe que ele enumera algumas recompensas para quem é generoso: enriquece ainda mais, prospera, não terá falta (sede) e acumulará bênçãos sobre si. Ao contrário, o avarento e egoísta atrairá sobre si a maldição. Uma pessoa cujo coração é bem firmado no Senhor é generosa, ela “distribui, dá aos pobres” (Sl 112.9). 

Um coração generoso atrairá para si muita generosidade. Se ele semeia muito, também colherá muito. Quanto mais se oferece, mais se pode receber. É esse o raciocínio do apóstolo Paulo: “E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará” (2Co 9.6). E não pense que é necessário ter muito para começar a oferecer, pois Paulo continuou dizendo que “cada um contribua segundo tiver proposto no coração” (2Co 9.7). Não é a quantidade, mas a generosidade. Você pode ter pouco, mas é tudo o que se pode oferecer. Se isso é entregue de coração, haverá grandes recompensas. 

A atitude da “viúva pobre” ilustra muito bem isso. Enquanto Jesus observava muitos ricos depositarem seus recursos, surgiu uma senhora, uma “viúva pobre”, que depositou “duas pequenas moedas”, bem menos do que as “grandes quantias” dos ricos. Entretanto, Jesus disse que “esta viúva pobre depositou mais do que o fizeram todos os ofertantes, porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Mc 12.43-44). O que importou, no final das contas, foi o tamanho de sua generosidade e não a quantidade de dinheiro. 

O muito pode ser pouco, se dado com rancor ou ressentimento. O pouco pode ser muito, se oferecido com gratidão e generosidade. Deus nos chama para sermos generosos e doar o que temos com os corações abertos. Devemos ser liberais e não reter nossos talentos e bens. Devemos compartilhar com as pessoas, com o máximo que pudermos, porque não sabemos o que pode nos acontecer amanhã (Ec 11.2). Devemos, portanto, lançar a semente (Ec 11.1), semear (2Co 9.6), a fim de colhermos no tempo oportuno.

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