Wendell Lessawendell_lessa@yahoo.com.br

Deus age por meio da e na História

Publicado em 21/02/2024 às 21:59.

A fé é crer apesar das circunstâncias. Quase sempre as circunstâncias apontam em direção contrária. Esse é um teste da verdadeira fé, porque “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb 11.1). Como afirmou o apóstolo Paulo acerca de Abraão, “Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência” (Rm 4.18). Abraão não foi incrédulo, mas crente. Ele “não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus” (Rm 4.20). Ele dava glórias a Deus, apesar das circunstâncias adversas, porque estava “plenamente convicto de que era poderoso para cumprir o que prometera” (Rm 4.21).

Muitas vezes nós não experimentamos o verdadeiro contentamento e, com isso, não desfrutamos da genuína felicidade, porque duvidamos de que Deus é poderoso para cumprir o que prometeu. Ao contrário, nossa incredulidade nos leva a rir das promessas do Senhor (Gn 18.12), quando deveríamos sorrir por contentamento em razão das provisões (Gn 21.6). Murmuramos e questionamos as decisões de Deus em nossa história. Não levamos em conta que para Deus não há nada “demasiadamente difícil” (Gn 18.14). Vivemos frustrados com o resultado de nossas escolhas, porque depositamos nossas esperanças nas conjunturas e não na Palavra de Deus.

A incredulidade é a causa de não conseguirmos ver o poder de Deus em ação. Preferimos cansar nossos olhos mirando apenas nas circunstâncias em vez de descansarmos nosso coração no poder de Deus que faz com que “todas as coisas cooperem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28). Os caminhos (métodos) e pensamentos (vontade) do Senhor são diferentes dos nossos (Is 55.8-10), e ele é “justo [puro, correto e santo] em todos os seus caminhos” (Sl 145.17). Todavia, preferimos questionar a vontade e os métodos de Deus e confiar em nosso próprio coração e em nossos planos. A incredulidade bloqueia o poder de Deus em nós: “E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt 13.58).

Havia intensa fome sobre a terra da promessa e também no Egito, o maior império da época (Gn 47.13). Contudo, “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará?” (Nm 23.19). Deus havia escolhido Jacó antes da fundação do mundo para ser parte de seu povo e, portanto, “contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; agora, se poderá dizer: Que coisas tem feito Deus!” (Nm 23.23). Deus havia feito uma promessa e, portanto, haveria de cumpri-la no tempo determinado por seu santo desígnio. Não obstante as ocorrências parecerem se desviar do propósito eterno do Senhor, elas estavam, na verdade, sendo convergidas para o cumprimento de sua sábia vontade.

A partir do capítulo 47, os eventos do livro de Gênesis são conduzidos para confirmar a mensagem de que o Senhor da Aliança é poderoso e fiel e proverá para o seu povo, conforme havia prometido. Deus havia prometido a Abraão que constituiria uma grande nação a partir dele e de sua descendência (Gn 12.1-3). Além disso, essa grande nação seria conduzida à terra da promessa, terra que passaria a pertencer a esse povo escolhido (Gn 15.7; 17.1-8). Abraão deveria obedecer ao Senhor, confiar nele de todo o coração, e, então, ele veria a promessa do Senhor se cumprir (Gn 17.9-14). Deus estava encaminhando a história, provando os seus servos e mantendo firme e fiel a sua promessa, em Abraão (Gn 22.15-18), Isaque (Gn 26.17-24) e, agora, Jacó (Gn 28.1-4). Apesar de todos os pecados deles, de suas fraquezas, Deus estava mantendo fielmente sua promessa. E essa verdade é lembrada na parte final do livro de Gênesis, que é como um fechamento de toda a história e, podemos dizer, o tema central não somente desse trecho final, 
especialmente Gênesis 48.1 a 50.26, mas de todo o livro: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20).

Deus, por sua santa providência, está construindo a história a partir de todas as ações das pessoas e de todos os acontecimentos. Deus criou o mundo. O homem caiu em depravação total e inaugurou o pecado. Agora, o Senhor resolveu escolher um povo específico, “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9), “grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 9.1), a fim de manifestar “a suprema riqueza de sua graça, em bondade” (Ef 2.7).

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