Em um levantamento superficial em relação às manifestações do eleitorado no Norte de Minas, fica evidente que enquanto na área urbana percebemos uma tendência pró-Bolsonaro, na zona rural, com trabalhadores assalariados, é nítido o alinhamento com a candidatura de Lula (PT). Como não temos pesquisa em mãos, fica difícil mencionar a situação em números. Vale salientar que a situação não é nenhuma novidade, já que nas eleições de 2018 o candidato a presidente Haddad (PT) foi majoritário no Norte de Minas.
Jogo de cena
Se no momento a intenção das lideranças políticas do PSD no Estado é confundir aqueles que gravitam em torno do processo, entendo que estão no caminho certo. Agora mesmo, o pré-candidato ao Senado Alexandre Silveira (PSD) divulgou que vai acompanhar a candidatura ao governo de Minas de Alexandre Kalil (PSD). A este respeito, continuo com a opinião de que dentro da agremiação não tem nada resolvido e, se houver alinhamento com o PT, Silveira dificulta ainda mais o seu projeto. Ele que tem dado uma atenção especial ao Norte de Minas, por enquanto não aparece nas pesquisas entre os melhores avaliados.
Cabo eleitoral
Em relação ao processo eleitoral, o que o leitor precisa saber é que na disputa majoritária tem prevalecido as jogadas de marketing, cujo comportamento dos candidatos tem seguido orientação dos marqueteiros. A este respeito, fica evidente que a engenharia política do presidente Bolsonaro tem usado a figura do Ministro do STF, Alexandre de Moraes, como principal cabo eleitoral. Sem perceber, tem fisgado as iscas, colocando o presidenciável no holofote da imprensa, que tem divulgado as críticas do referido ministro. Sem perceberem, acabam colocando Bolsonaro na cena do processo. Prevalece o velho ditado: “Falem mal, mas falem de mim”.
Compondo cenário
A não ser que a intenção seja participar do processo apenas para compor cenário já pensando no segundo turno, fica claro que o PSDB, com o ex-governador Dória, irá simplesmente dificultar as alianças nos estados. Se até agora não conseguiu sequer aparecer nos holofotes da terceira via, dificilmente conseguirá reverter o quadro. Entre os prejudicados estão os candidatos na disputa proporcional. Em Minas, o tucano está com o bico quebrado.
Símbolos brasileiros
Como a legislação eleitoral não tem como proibir o uso dos símbolos do país em qualquer que seja a manifestação, inclusive por ocasião das eleições, estamos percebendo que a esquerda começa a se incomodar com o uso destes símbolos por ocasião das manifestações envolvendo o presidente Bolsonaro (PL). Dentro do ponto de uma análise eminentemente técnica, considero que foi o “gol de marketing”.