Fica fácil perceber que os braços da Justiça Eleitoral são curtos para conseguir alcançar o uso indevido dos recursos aplicados em campanhas pelos partidos. Primeiro porque não existem critérios para a distribuição do Fundo Eleitoral – e a sua aplicação e destinação acaba sendo subjetiva. Se não bastasse, a maior parte das doações de campanha, nem de longe, é o retrato da realidade, porque muitos investem em candidaturas, na contratação de serviço ou de movimentação sem contabilizar. O resumo é que, se incluirmos material de campanha, alimentação e outros, não tem como colocar tudo no papel. A Justiça não tem meios e não está aparelhada para investigar as milhares de candidaturas pelo país. A única ferramenta que resta é a denúncia da população.
 
Porque não foi
A informação que chega à coluna é que o ex-presidente Lula (PT) não aprovou a decisão de sua coordenação de campanha, que teria agendado para a última sexta-feira (16), após comício em Montes Claros, na quinta-feira, visita a um frigorífico próximo. Segundo fonte da coluna, as pessoas envolvidas no empreendimento o remete ao passado que ele prefere esquecer. Se não bastasse, poderia ser objetivo de exploração política por parte dos adversários. Ganha um doce quem conseguir decifrar todo o assunto.
 
Kalil e o varejo
Não precisa ser especialista em marketing para perceber que o candidato ao Governo de Minas, Alexandre Kalil (PSD), faz uma campanha de varejo esperando colher atacado. Ele tem sido induzido a se reunir com grupos que não vão acrescentar mais do que já tem em sua campanha. No geral, são militantes ligados ao PT que já votam nele. É preciso ir onde necessita conquistar novos eleitores. Após participar de comício na quinta-feira (15), ele foi, na manhã do dia seguinte, em Montes Claros, à reunião com professores da Unimontes ligados à esquerda e com representantes de comunidades tradicionais para convencer os já convencidos.
 
Saúde para saúde
Se a intenção dos operadores da saúde em Montes Claros era o de confundir e justificar para população as deficiências do sistema de atendimento do município, acredito que não estão conseguindo. Basta dizer que durante o pico da Covid-19, justificavam a falta de vagas nos hospitais o grande número de atingidos pela pandemia - inclusive cortaram vários procedimentos cirúrgicos. Agora que a doença está praticamente controlada, o problema continua o mesmo. Resumindo: enquanto os governos não disciplinam o sistema de investimento, aplicando mais no atendimento do que na estrutura, o problema vai persistir. Aliás, as próprias emendas de parlamentares para a saúde deveriam ser destinadas ao atendimento ao cidadão e não à estrutura física.

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